Há 3 anos fiz parte da chapa do candidato José Moreno à diretoria da OAB Seccional MT. Sempre fui motivado pela ideia de que a alternância do poder é salutar e necessária em qualquer situação, sobretudo em uma entidade classista de relevante importância e função social.
Contudo, atualmente, o projeto de José Moreno não representa mais a alternância que defendi em um passado recente. Nutro sincero respeito ao pré-candidato – como aos diversos apoiadores que anunciadamente comporão sua chapa – , mas o seu discurso – o mesmo da eleição passada – está bastante deslocado da atual conjuntura política que sustenta a sua candidatura.
A presença maciça de profissionais que ao longo dos anos reiteradamente ocuparam Conselhos Estaduais e Federais, além de outros que foram alocados em diretorias recentes, não coaduna com o discurso da mudança, do novo, da alternância.
Digno de registro que não questiono a capacidade ou idoneidade destes membros, nem os serviços que eventualmente prestaram ao longo destes últimos anos ao órgão de classe, o que não posso admitir é o discurso eleitoreiro de conveniência, que parece servir apenas como artifício de tomada de poder (ou em uma visão mais tétrica: de manter-se nele).
Talvez por este oportunismo, ontem (22/10), meu nome foi anunciado por alguns veículos midiáticos (que não convém mencionar) ao lado dos apoiadores de José Moreno, o que não é verdade. Não o apoio. Não o faço pelo fato de que a sua candidatura não representa mais o que representava e não atende as condições de representatividade que eu espero, sobretudo pela incoerência relatada.
Não creio que a menção ao meu nome tenha partido do candidato, creio em um erro isolado da assessoria açodada na função de proliferar a campanha em si; não fui procurado por nenhum órgão de imprensa ou assessoria para que pudessem mencionar o meu nome.
"Ad rem", não seria necessário esclarecer – posto que notório – que devido a programação da VIII Semana Jurídica da universidade onde leciono e coordeno o Curso de Direito acompanhei a chegada de um dos Conselheiros Federais da OAB, que atuou como debatedor no terceiro painel do evento e, na mesma oportunidade, o Conselheiro convenientemente acompanhou José Moreno e seus apoiadores na cidade; oportunidade em que conversei com o candidato e demais apoiadores e esclareci minha preferência pela candidatura de Leonardo Campos.
Léo – como os demais candidatos anunciados – não representa a alternância que eu gostaria, porém, mantêm-se coerente em suas propostas e apresenta projeto mais sólido e adequado às necessidades que entendo primordiais na defesa dos interesses da advocacia de Mato Grosso.
Fernando Mascarello é advogado em Sorriso