O senador Jayme Campos (União) rebateu, em pronunciamento no Senado, as críticas que o agronegócio vem sofrendo diante da questão do desmatamento, inclusive, por parte de integrantes do governo federal. “O governo teria a obrigação de defender os interesses, sobretudo, do setor produtivo”, declarou Jayme, ao rebater o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Jorge Viana, que vinculou o agronegócio ao desmatamento da Amazônia durante evento na China, esta semana. Viana integrou a comitiva do ministro da Agricultura, Carlos Favaro, que foi em busca de novos acordos comerciais.
Viana afirmou que 84 milhões de hectares foram desmatados na Amazônia brasileira nos últimos 50 anos. Destes, 67 milhões foram destinados à pecuária e outros 6 milhões, à agricultura de grãos. Jayme Campos lembrou que o Brasil é o maior produtor de soja do mundo, seguido pelos Estados Unidos. A terceira maior produção do planeta está em Mato Grosso, que superou a Argentina. “Confesso que fico indignado, como cidadão brasileiro de ver a forma como ele nos trata”, declarou.
O senador observou que o Brasil acaba de enfrentar um prejuízo gigantesco por causa do ‘mal da vaca louca’ registrado no Estado do Pará. Um único caso suspeito, segundo ele, derrubou o preço em quase 25% do valor da carne brasileira. “Mas o Governo em vez de nos ajudar, está nos estorvando, quer destruir esse setor produtivo”, lamentou.
Antes de finalizar o pronunciamento, Jayme Campos também destacou a atuação das organizações não-governamentais – “que são feitas por cidadãos que não são nem brasileiros, a maioria absoluta, tirando proveito”, disse – e que estariam também “trazendo um sério transtorno e prejuízos a nós”.
“Nós temos de reagir, de imediato. Caso contrário, nós não vamos ter capacidade para competir com as políticas que lamentavelmente fazem na Europa, nas Américas, nos Estados Unidos, e trazem de embrulho para que nós, com certeza, deixemos de ser esse país altamente competitivo, mesmo diante da carência da infraestrutura, sem estradas, sem ferrovias, sem hidrovias etc”, concluiu, através da assessoria.