No dia 12 de novembro de 2014 publiquei no Jornal A Gazeta, de Cuiabá, um artigo com este mesmo título comentando algumas matérias que estavam sendo veiculadas em diversos meios de comunicaçào no Brasil e também em diversos países, além de opiniões como do jurista Ivens Gandra analisando o tema , que a cada dia ganha mais atualidade.
Na Coluna do Josias de Souza, tanto na Folha de São Paulo quanto em seu Blog, este renomado jornalista também comenta a matéria que foi capa da Revista Veja em 26 de outubro de 2014, estampando as fotos de Dilma e Lula e dizendo “Eles sabiam de tudo”, tendo por base as denúncias do doleiro Alberto Yousef, preso desde então na Carceragem da Polícia Federal, como uma das peças chaves do escândalo da Corrupção na Petrobrás e que já foi denunciado `a justiça na Operação Lava-jato.
Fruto daquela operação, presidida pelo Juiz Sérgio Moro, também estão trancafiados alguns ex-Deputados, gestores públicos, vários empresários peso pesado do ramo das empreiteiras, que sempre viveram nababescamente e frequentavam os palácios e círculos do poder, inclusive gozando de proximidade com o Palácio do Planalto. Cabe um destaque para a prisão do tesoureiro do PT, o segundo a ser preso por envolvimento com corrupção e acusações de desvio de recursos públicos para as campanhas do PT, incluindo as campanhas da reeleiçào de Lula em 2006 e de Dilma em 2010 e 2014.
Quem entra nos diversos sites de busca na internet vai ver, por exemplo, no google, que existem mais de 121 mil referências sobre um possível impeachment de Dilma. No Congresso Nacional desde 2011 já foram apresentados 11 pedidos de impeachment da Presidente, alguns arquivados e outros que podem, a qualquer momento ser apreciados por determinação do Presidente da Câmara, agora rompido com a Presidente Dilma e também acusado de envolvimento com a Operação Lava-Jato.
O Jornal “The Financial Times”, de Londres, em sua edição de 25 de fevereiro ultimo, também publicado na Folha de São Paulo na mesma data, apresenta dez motivos pelos quais Dilma poderia sofrer impeachment, que antes de tudo é um processo politico e não jurídico, conforme as palavras do Presidente da Comissão Eleitoral da OAB/SP, Alberto Rolo que assim se expressa “ o julgamento de impeachment é antes politico do que jurídico”.
As dez razões apresentadas pelo Jornal The Financial Times para um possível impeachment de Dilma são: perda do apoio no Congresso; escândalos da Petrobrás; queda na confiança do consumidor; aumento da inflação; aumento do desemprego; queda na confiança do investidor; défici orçamentário; agravamento dos problemas econômicos, fiscais e orçamentários; agravamento da crise climática, aumento de apagões elétricos.
Desde então surgiram outros fatos que estão colocando Dilma da corda bamba e aumentando o coro popular exigindo o impeachment da Presidente, dentre os quais podemos mencionar: o imbroglio das pedaladas fiscais e uma possível rejeição das contas da Presidente pelo TCU e também pelo Congresso, incorrendo a mesma em crime de responsabilidade; aumento da crise com o Congresso particularmente com o Presidente da Câmara e , em menor grau, com o presidente do Senado, ambos do PMDB, que está bem próximo de um rompimento com o PT e o Palácio do Planalto, antes que morram abraçados políticamente; instalaçãao de duas CPIs na Câmara que são nitroglicerina pura e podem atear fogo na política nacional, ao desvendar a caixa preta dos financiamentos do BNDES, desde início da gestão Lula até a atualidade, incluindo os empréstimos secretos do referido banco a empreiteiras brasileiras, cujos executivos estão presos pela Operação Lava-Jato para obras em Cuba e outros países e outra CPI dos Fundos de Pensão das grandes estatais, todos aparelhados pelo PT e partidos da base do Governo, onde a dilapidação desses fundos supera vários bilhões de reais.
Outro fato que anda tirando o sono de Dilma e pode ser o maior risco para seu impeachment são as análises das contas de sua última campanha, conduzidas pelo STF, através do Ministro Gilmar Mendes, incluindo as denúncias de alguns envolvidos na operação Lava-Jato, de que houve dinheiro sujo, desviado da corrupção na PETROBRÁS, para irrigar o caixa de campanha.
O caldo politico se completa com a queda vertiginosa do apoio da Presidente por parte da opinião pública, onde apenas 7,7% consideram seu governo bom e ótimo enquanto 70,9% consideram seu governo ruim ou péssimo. Esta avaliação negativa atinge inclusive as camadas mais pobres, com menores níveis de escolaridade, renda, inclusive no Nordeste, onde os programas sociais do governo deram a reeleição da Presidente. Ou seja, Dilma é avaliada negativamente por ampla maioria da população brasileira que deseja que ela deixe o posto/cargo.
Também o agravamento do caos economico e social está criando um clima totalmente desfavorável para a Presidente, como tem demonstrado sucessivas pesquisa com a perda da legitimidade e credibilidade de Dilma perante a opinião pública, incluindo também o meio empresarial. Sem apoio e acuada o clima no palácio do Planalto continua se agravando e coloca em risco a governabilidade do país.
Talvez, para evitar maiores sofrimentos para o povo e para si mesma, o melhor a fazer seria renunciar antes que o impeachment seja colocado na ordem do dia do Congresso Nacional, para o bem de todos e a felicidade geral do Brasil.
Juacy da Silva – professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia
www.professorjuacy.blogspot.com