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Falta água, mas não falta lucro

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A crise agravada em São Paulo nos últimos dias pela falta de água demonstra o quanto continuamos reféns de políticas que priorizam o mercado financeiro em detrimento das necessidades básicas. Analisando pelo ponto de vista de prioridades, o governo paulista foi no mínimo irresponsável.  Confiar no clima de um país que aos poucos está acabando com suas reservas florestais e hídricas em troca de lucros, foi o grande erro. A seca que aflora o estado não é anormal se pegarmos as discrepâncias do clima nos últimos 15 anos. A questão está no planejamento da SABESP. No entendimento e gerenciamento da possiblidade de crise na água. Faltou sensibilidade, sobrou ganância. Mais de 4,3 bilhões foram repassados aos acionistas da companhia. Um terço do lucro da empresa no capital privado (hoje detém 47% das ações). Comprar ações da SABESP tornou-se rentável. Isso importa a quem? Será que os paulistas preferiam ver a SABESP fornecendo água ou enchendo o bolso dos investidores?  Não daria para equilibrar esta conta? Pior que ver os paulistas sem água é saber que na distribuição dela, 25% são perdidas por causa das velhas tubulações com até 30 anos.

Concluindo esse disparate de irresponsabilidade, pois não é incompetência, e sim, questão de, a quem  e o que priorizar, o que deve ser analisador é a filosofia das políticas adotadas pelos sociais democratas: o mercado financeiro a frente das necessidades básicas. Será que não aprenderam com os erros do passado? Se voltarmos anos atrás, enquanto estavam a frente do Brasil, as prioridades sempre foram o mercado financeiro, especuladores e multinacionais. Faltava comida, remédios, emprego, mas não faltava grana nas mãos dos grandes empresários. E quando faltou,  devido ao desastre das políticas econômicas, eles caíram do Planalto. A falta de água em São Paulo não é um filme novo. Remete também a falta de energia no governo Fernando Henrique. Inúmeros apagões trouxeram prejuízos incalculáveis ao país e deixaram várias localidades sem luz.

Aos brasileiros, paulistas ou não, cabe a reflexão: água, luz e comida na mesa ou acionistas e especuladores faturando bilhões? Ou talvez, equilibrar a balança?

Cleber Nunes é publicitário em Sinop

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