Mauro Savi, atual secretário da Assembleia Legislativa, deve ser o próximo presidente da casa. São 11 os deputados que apoiam o Pedro Taques, se juntar com os 5 eleitos do PR iriam para 16.
Com o apoio do grupo do Taques seria fácil a eleição do Mauro Savi. O PR se contentaria, talvez não queira nem secretarias.
A presidência da AL é muito mais que qualquer secretaria.
Outra confirmação sobre essa aproximação do PR com o Taques é que os dois senadores do partido, Maggi e Wellington, não devem ficar contra o governo dele.
Taques teria uma maioria segura para qualquer enfrentamento. O PSD, com quatro deputados e o PMDB com três, só fariam barulho numa suposta oposição. O único risco para o governo seria ter um terço de deputados contra, número para uma CPI.
Rondonópolis terá três senadores. Blairo, que nasceu politicamente ali, mais Wellington e o suplemente de Taques, José Medeiros. Se, interessantemente, o Wellington não fosse eleito, seria o Rogério Salles, outro da cidade de Rondon.
É sugestivo Rondonópolis ter três senadores e o Nortão, que tem mais votos do que o sul do estado, nunca ter elegido um só nome para o Senado. Nilson Leitão perdeu enorme chance.
Chama a atenção a pequena a votação do Carlos Bezerra em Rondonópolis, lugar em que foi prefeito duas vezes e saiu para governador e senador. Teve 7% dos votos. O Barreto também teve votação pequena, 15%.
Numa demonstração de que outros assumiram as rédeas da política em Rondonópolis, o Sachetti teve ali quase 50% dos votos para deputado federal e lá o Wellington perdeu para o Rogério Salles.
Mais curiosidades? O PT não eleger nenhum deputado estadual tendo um candidato a governador que teve mais de 32% dos votos estaduais.
Outra? O PSD não ficar com nenhum deputado federal.
A conversa de rua é que o Riva grudou na candidatura da filha e deixou que o Chico Daltro e o Eliene se virassem. Não se viraram.
Do plano nacional? O PT tinha 88 deputados federais, caiu para 70. A candidatura Dilma perdeu quase 6% de votos no primeiro turno da eleição de 2010 para a de 2014.
Em São Paulo, se cristalizou uma bronca com o PT e até mesmo ao Lula. A Dilma ficou em terceiro lugar em São Bernardo, onde ele mora.
Perdeu ainda no ‘cinturão vermelho’ de prefeitos do PT, como Mauá, Osasco, Guarulhos, Santo André.
O Aécio ficou com 44% dos votos em S. Paulo, Dilma 25%. Foram mais de quatro milhões de votos na frente.
Essa bronca com o partido em São Paulo pode crescer para o Sul, Sudeste e Centro Oeste.
Se não fosse o Nordeste a coisa ficaria complicada para o PT. Ali tem 51% das pessoas que recebem o Bolsa Família.
O PT não pode, como dizia Tancredo Neves sobre o PDS, ser o partido dos grotões. É tempo de repensar rumos.
Alfredo da Mota Menezes é historiador e articulista político em Cuiabá.