Dizem que as pessoas quando crianças e jovens são sonhadoras, utópicas, revolucionárias, contestadoras, suas energias estão sempre voltadas para a construção de uma sociedade ideal, onde a justiça, a igualdade, a solidariedade e a esperança suplantam os problemas e encaram os desafios com ânimo redobrado e as vezes nem medem as consequências de suas ações.
`A medida que se tornam adultas acabam “caindo na realidade”, agem mais com os pés no chão, com mais responsabilidade e avaliam bastante as ações que devem tomar diante dos mesmos desafios que são práticamente eternos na vida dos povos e das sociedades.
Finalmente, quando chegamos `a nossa plenitude e iniciamos o processo de envelhecimento, podemos voltar nossos olhos para o passado e as vezes nos desiludimos, nos arrependemos ou imaginamos que a história possa parar e retroceder para uma época em que a violência era quase inexistente, as famílias mais solidárias, os governantes menos corruptos e mais patriotas. Com constância nesta época já estamos bem “escaldados” de falsas promessas e volta e meia bem que gostariamos de poder voltar no tempo.
Mas esta volta ao passado é impossível tendo em vista que os arranjos sociais, econômicos, familiares, culturais e tecnológicos sofreram enormes mudanças que desfiguraram aquele tempo pretérito e temos que acordar para a realidade que já é bem diferente e que exige de cada um de nós, crianças, jovens, adultos e idosos um novo posicionamento em todas as esferas da vida.
É neste quadro complicado entre um passado , dependendo da idade e das experiências de cada pessoa, da vivência do presente, se pobre ou rica, residente em grandes cidades ou pequenos vilarejos, no meio urbano ou rural, se em uma região desenvolvida e próspera ou em um estado periférico e pobre das regiõe norte ou nordeste, se moramos em um bairro nobre ou nas periferias urbanas, da convivência com a miséria ou com a opulência, em meio a uma favela dominada pelo crime organizado ou em um condomínio de alto padrão, do tipo de trabalho, se braçal ou um executivo milionário, que vamos decidir em quem devemos votar para Presidente da República, Governador, Senador, Deputados Federal ou Estadual
São essas figuras, as vezes tão distantes do sofrimento do dia-a-dia da população mais pobre, miserável ou remediada, que denominamos de classe média , que durante o período eleitoral tentam desesperadamente mostrar ou demonstrar que também podem ser iguais ao povo. Nesta tentativa de mostrar-se semelhante ao povo, abraçam todos que encontram pelo caminho, pelas vielas, praças, comem “iguarias” de pobre, bebem até cachaça, amdam por ruas esburacadas, com esgoto correndo a céu aberto e animais que por aí também perabulam; e prometem, que “se eleitos forem” vão transformar pobreza em riqueza, trabalhador em patrão, doentes pobres , que sofrem e morem nas filas de unidades de saúde pública, terão atendimento classe A, iguais aos políticos e eliteque buscam sempre os melhores hospitais para se tratarem, empresário se tornarão bilionários graças aos favores do governo e assim por diante.
Todavia, poucos candidatos tem a coragem de colocar as promessas no papel, detalhando como vão fazer para tirar o país do buraco, colocar os corruptos que estão dentro do governo na cadeia, melhorar a saúde pública, a educação para que seja de qualidade, o saneamento como um direito verdadeiro, as moradias populares em ambientes que respeitem a dignidade humana e não novos “guetos” onde os pobres devem ser escondidos e como vão fazer para acabar com a bandidagem e a violência que amedronta a população e onde vão gastar com lisura, eficiência e transparência o dinheiro que pagamos de impostos e acabam sendo mal aplicados ou roubados dos cofres públicos.
Cá com os meus botões. Dos três candidatos `a Presidencia apenas MARINA SILVA apresentou seu plano de Governo. A atual presidente não consegue explicar por que o presente está tão ruim, porque existe tanta incmpetência , autoritarismo, demagogia e corrupção em seu governo e por que de tudo o que foi prometido há quatro anos pouca coisa foi realizada. Geralmente, Dilma culpa a crise internacional, a oposição, a imprensa, os adversários, jamais faz uma auto-critica e nem assume as falhas e erros de seu governo.
Aécio, por representar o passado Tucano, cujos candidatos já foram rechaçados por três vezes, duas derrotas para Lula e uma para Dilma, não consegue entusiasmar a grande maioria da população. Parece que o futuro, as mudanças de verdade estão sendo depositadas em MARINA SILVA, que está sob um ataque permanente pelas forças que representam o passado (Aécio) e o presente (Dilma).
Vamos aguardar até o final do segundo turno para para ver o que o povo brasileiro deseja em termos de um país decente, desenvolvido, eficiente, transparente , justo e sustentável.
Juacy da Silva, professor univeritário, aposentado UFMT, mestre em sociologia
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