Passado o fiasco da COPA, que culminou com a histórica goleada de 7 x 1 para a Alemanha, agora tetra campeã, já é tempo do povo brasileiro acordar do sonho ou ilusão que durante os últimos quatro anos foram alimentados pelo marketing do governo e de grande midia e ter a coragem de confontrar-se com a dura realidade do dia-a-dia.
Este é um momento mais do que oportuno pois dentro de poucos meses teremos eleições para escolha de novos, espero que realmente novos, governantes, os quais tenham competência, capacidade e coragem para oferecer ao país um novo modelo de governo, com planejamento, ética na gestão pública e o estabelecimento de prioridades verdadeiras, as quais são necessáarias para o delineamento de um novo modelo de desenvolvimento econômico, social e politico, onde o Estado não seja aparelhado por partidos politicos e grupos de interesse e que a corrupção não seja uma pratica tão comum na administração pública.
Este artigo não trata do custo da bandidagem de colarinho branco e nem da criminalidade politica, mas apenas da chamada bandidagem comum ou os delinquentes pés de chinelo,que roubam, assaltam a mão armada, assassinam, estupram e cometem outros atos de violência que tanto aterrorizam a população brasileira, vitima da impunidade , da omissão ou conivência do Estado. Vale a pena destacar que as armas dos criminosos de colarinho branco são as canetas, os aparelhos telefonicos e os computadores, mas também tem um altissimo custo aos cofres públicos.
Na ultima terça feira, 15 deste mes de julho, o Jornal A Gazeta, de Cuiabá, veiculou uma ótima e oportuna reportagem realizada pela jornalista Bruna Pinheiro, sob o titulo “Gasto com saúde é menos do que 1% do custo com preso”. Por si, a manchete induz `a conclusão de que a saúde pública não e prioridade de nossos governantes, em todos os planos: federal, estadual e municipal, razão pela qual todas as pesquisas de opinião indicam que 78% da população brasileira, principalmente os mais de 150 milhões de brasileiros que dependem apenas do SUS para tratamento de saúde encntram-se indignados pelo descaso e desrespeito como são tratados.
Em 2013, após a seleção brasileira ter conquistador a COPA DAS CONFEDERAÇÕES, a presidente Dilma pegando carona no sucesso da nossa seleção, dizia ufanisticamente que seu governo tinha “padrão Filipão” e agora, ante o fracasso da seleção e do mesmo técnico tenta desvincular seu governo desta hmilhação, mas pouco diz que justifique o caos que continua na saúde, a escalada da violência, a educação de baixa qualidade, a corrupção que anda de vento em popa, a infra-estrutura completamente sucateada, a área da energia elétrica que beira o apagão e assim por diante.
No contexto da violência um capitulo especial deve ser dedicado ao Sistema prisional brasileiro, que se aproxima muito das prisões e dos calabouços da idade media, uma especie de ante-sala do inferno, de onde quem dali sai em torno de 75% voltam a vida da criminalidade. O Sistema prisional não reeduca e nem recupera os presos ou internos para um novo convivio social; parece muito mais com uma universidade do crime do que qualquer outra coisa.
O crescimento da taxa de detentos no Brasil entre 1995 e 2014 chega a 205,3%,enquanto o aumento populacional foi de apenas 34%. O numero de presos em 2005 era de 361 mil e em 2013 chegou a 548 mil. O Brasil ganhou a copa do número de assassinatos em 2013, com 56.337, mais do que India que tem mais de 1,1 bilhões de habitantes, ou dos EUA que tendo uma população de mais de 316 milhões registrou apenas 11.827 homicidios.
O custo anual de um preso no Sistema prisional comum é de R$29.400,00 e nas prisões de segurança maxima é de R$57.600,00. A construção de uma prisão de segurança máxima para 208 celas e de R$34,8 milhões de reis. O Brasil gasta mais de 30 bilhões de reais por ano para manter pouco mais de meio milhão de presos e apenas 106 bilhões de reais para atender 150 milhões de usuários do SUS. Por esses dados percebe-se que o Brasil gasta com saúde publica, per capita, apenas 1,24% do que gasta com um detento. Alguma coisa anda errada neste pais, todo mundo percebe, somente quem não vê isto são nossos governantes! Isto é uma lástima!
Juacy da Silva, professor universitario, aposentado UFMT, mestre em sociologia
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