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O patinho nunca existiu

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As 17:50 hs do dia 24 de junho de 2014, o árbitro português Pedro Proença encerrava a participação da Arena Pantanal na Copa do Mundo FIFA. Chegava ao fim também as pesadas críticas que a capital mato-grossense vinha sofrendo desde que se tornou uma das sedes do mundial. Críticas estas que na maioria das vezes eram infundadas e caluniosas e que apesar disso o governo do estado foi omisso em não rebatê-las com a energia necessária.

Mas isso não vem mais ao caso, pois não era nada daquilo que os grandes veículos de comunicação, principalmente do eixo Rio-São Paulo afirmavam. Quem não se lembra dos inúmeros títulos pejorativos que Cuiabá bem como a Arena receberam, vai ai somente alguns: “patinho feio”, “selva que hospedará um elefante branco”, “cemitério de luxo para times mortos” e muitos outros que ao final ficou evidenciado que o único objetivo era de denegrir e manchar a imagem desta terra de gente hospitaleira e comprometida com o bem estar de todos que por aqui aportam.

Após o sorteio dos grupos da Copa realizado em dezembro de 2013 na Bahia, o mundo ficou sabendo quais as oito seleções que desfilariam no gramado cuiabano e mais que instantaneamente a imprensa do “contra”, já afirmava que Cuiabá receberia os piores jogos. No entanto, sempre tive certeza que os jogos menos atrativos seriam os realizados na capital paranaense (Arena da Baixada) e ao final das participações de ambas as sedes eu realmente tinha razão. Pois quem assistiu sabe do que estou falando, ou quem não se lembra do acanhado Irã 0 x 0 Nigéria, assim como o morno Argélia 1 x 1 Rússia? Vale lembrar que o jogo entre iranianos e nigerianos é apontado pela crítica especializada como o pior jogo realizado até agora.

A Arena Pantanal recebeu quatro ótimos jogos. Ótimos em vários aspectos tais como gols, público, hospitalidade dos que nela trabalharam, retorno para a mídia televisiva e outros. O gramado cuiabano durante o mundial não conheceu nenhum zero a zero. Nos quatro jogos foram marcados 12 (doze) gols, média de três gols por partida, sendo Chile 3 x 1 Austrália, Rússia 1 x 1 Coréia do Sul, Nigéria 1 x 0 Bósnia e Herzegovina e Colômbia 4 x 1 Japão.

O público que muitos diziam que seria um fiasco, se transformou em um grande sucesso desbancando inclusive duas das cidades sedes e por pouco não desbancou também a terceira, esta, Manaus com quase 2 milhões de habitantes, ao passo que Cuiabá possui pouco mais de 570 mil, ou seja, apenas 28,5% da população manauara, e que durante os quatro jogos levou para a Arena Amazônia somente 1.510 torcedores a mais que a Arena Pantanal. A Arena da Baixada em Curitiba durante os quatro jogos que realizou teve público de 156.991 torcedores, a Arena das Dunas em Natal contou com 158.167 torcedores, a Arena Amazônia recebeu 160.227 torcedores. Já a Arena Pantanal foi reduto de 158.717 torcedores que ficaram maravilhados com sua beleza arquitetônica. Somente o jogo entre Rússia e Coréia do Sul não teve público superior a 40 mil torcedores, os demais todos ultrapassaram esta marca. Por meio do endereço http://pt.fifa.com/worldcup/matches/index.html o leitor obtém mais números sobre a Copa do Mundo.

Outro destaque positivo durante a realização dos jogos na capital mato-grossense foi a hospitalidade e alegria com que o povo cuiabano recebeu os visitantes. Visitantes das mais diversas localidades do mundo não encontraram muitas dificuldades para dialogarem com os anfitriões, pois estes se desdobravam para de alguma maneira atender bem os hóspedes, valia de tudo, até mimica.

O retorno da mídia televisiva nos jogos realizados em Cuiabá segundo fontes especializadas também alcançou números satisfatórios de audiência principalmente para as duas emissoras de televisão aberta que transmitiram os jogos. Durante os quatro jogos foram quase 95 milhões de espectadores assistindo os jogos realizados na Arena Pantanal.

A Arena Pantanal também foi palco de um feito histórico para as Copas do Mundo, pois foi em seu gramado que o goleiro colombiano Faryd Mondragón ao entrar em campo aos 41 minutos do segundo tempo do jogo contra o Japão, se tornou o jogador mais velho a atuar em uma Copa do Mundo. Aos 43 anos de idades o colombiano entrou para a história e junto com ele também a capital mato-grossense.

E mais uma vez contrariando as expectativas pessimistas é que das oito seleções que pisaram no gramado cuiabano, três delas se classificaram para as oitavas de final, sendo uma delas em primeiro lugar, a cabeça de chave Colômbia, seguida de Chile e Nigéria. A seleção colombiana por sua vez já é uma das oito melhores seleções do mundo, pois disputará as quartas de final com a seleção canarinho. Portanto, nossa Arena recebeu uma das melhores seleções do mundo. Nada mal !!!

Outras curiosidades, até o jogo entre Alemanha x Argélia pelas oitavas de final, Cuiabá foi palco da partida com o menor número de faltas, 16 no total na partida entre Nigéria x Bósnia e Herzegovina. Foi este mesmo jogo que ficou apelidado de o jogo “que ninguém queria ver”, porque segundo os comentários tratava-se de duas seleções desacreditadas. E novamente Cuiabá jogou por terra este comentário malévolo, pois foi neste jogo que a Arena Pantanal recebeu seu maior público com 40.499 espectadores, que assistiram não a duas seleções desacreditadas, mas sim a uma seleção africana classificada para as oitavas de final e outra europeia, que não se classificou, no entanto foi a primeira colocada no grupo “G” das eliminatórias da Europa. O que dizer então de Espanha, Itália e Inglaterra?

Então, foram longos anos de surras e mais surras, porém Cuiabá resistiu firme, forte e alegre. Foram muitas as falácias em que na maioria das vezes era visível o teor de acusações levianas com uma pitadinha de inveja. Alguns meios de comunicação e outros “meios” também, julgaram até mesmo sem conhecer todos os que trabalharam de sol a sol para a realização deste grande evento. E para os que julgaram dessa forma, parafraseio Hippolyte Adolphe Taine que diz que, não existe seriedade alguma em jogar todos na vala comum. Por fim, as palavras mencionadas neste texto foram com conhecimento de causa, pois este autor foi um dos muitos que contribuíram para a realização da Copa do Mundo em Cuiabá.

Claiton Cavalcante – contador, Pós Graduado em Contabilidade Pública e Controladoria Governamental

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