No final do mes de Abril, em um encontro no Rio de Janeiro, para debater os jogos da copa, o ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República foi publicamente hostilizado por vários grupos de participantes, demonstrando o desencanto desses grupos com a situação atual. Dois dias depois, na abertura da Expo-Zebu, em Uberaba, uma das maiores feiras agropecuárias do país, frequentada por grandes nomes do agronegócio, foi a vez da Presidente Dilma ser interrompida em seu discurso por tres vezes. Foram vaias bem claras e que demonstram que a mesma não está com esta bola toda, junto aos setores produtivos do país.
No dia seguinte, com certeza ainda mais temerosa de ser novamente vaiada cancelou presença em uma reunião com empresários de vários setores na Bahia, alegando compromisso já agendado, para estar presente no encontro nacional do PT que acabaria por ter seu nome lançado oficialmente como pré-candidata de seu partido e de outros que ainda estão em sua base de apoio.
Apesar do governo Dilma ter gasto mais de 2,3 bilhões de reais em propagaganda/publicidade em 2013, boa parte matéria paga e mais de oito bilhões ao final de seus quatro anos de governo, aos poucos as meias verdades do Governo vão caindo por terra e por certo devem estar amedrontando Dilma em relação `a sua presença em atos públicos.
Segundo noticiário recente a Presidente cancelou presença no maior evento de tecnologia e comércio do setor agropecuário nacional, o Agrishow, que acontece todos os anos em Ribeirão Preto, designnando o ministro da Agricultura, do PMDB de MT, para representa-la . Com certeza além do temor de novamente ser vaiada, a ausência também pode decepcionar tremendamente um dos únicos setores que tem contribuido para o desempenho da economia, reduzindo as frustrações quanto ao crescimento pífio do PIB durante o governo Dilma.
Só para se ter uma idéia, desde a Proclamação da República, incluindo o atual governo, o Brasil terá experimentado ao final de 2014, nada menos do que 30 diferentes governos. Os índices de crescimento do PIB durante o Governo Dilma, só está melhor do que durante os governos de Collor e Floriano Peixoto, quando ocorrerem severas recessões e “crescimento negativo”. Este é o 27o. pior índice de crescimento do PIB em 115 anos de vida republican. Mesmo assim, Dilma deseja ser reeleita.
O desempenho econômico, medido pelos índices de crescimento do PIB, durante os quatro anos de Dilma será de 2,0%, bem menor do que do PIB mundial que será de 3,5% e dos países emergentes de 5,4%. Talvez esses índices possam explicar, pelo menos em parte, as quedas constantes de Dilma das pesquisas de opinião pública, indicando que a probabilidade de um segundo turno está muito mais certa do que imaginam os estrategistas do Palácio do Planalto.
Os índices de avaliação negativa do governo Dilma já estão praticamente superando os índices de aprovação e tudo leva a crer que a situação econômica nacional, incluindo a inflação, as denuncias de corrupção no governo e as deficiências gritantes em todos os setores nacionais devem contribuir para a erosão de uma “aura” que durante anos o governo tentou consttuir em torno da Presidente.
Se dentro de mais um ou dois meses, as próximas pesquisas continuarem demonstrando que a popularidade da Presidente continua caindo, com certeza, muitos de seus aliados vão pular do barco, como alguns setores de vários partidos aliados já dão sinais de que vão deixar a presidente e o PT a ver navios. Mais de 50% da população deseja o fim deste governo e a medida que os debates sejam realizados com os demais candidatos, com certeza as coisas podem piorar para o lado do atual governo.Com certeza Dilma deverá fugir da maior parte do debates com os demais candidatos!
Juacy da Silva, professor universitário titular UFMT, mestre em sociologia
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