sábado, 7/setembro/2024
PUBLICIDADE

Eleições diretas do TJ: a vitória é da sociedade

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

O desfecho da Emenda Constitucional que prevê eleições diretas para a escolha do presidente e do vice-presidente do Poder Judiciário foi bastante prazeroso. Todos os desembargadores presentes, sem exceção, se manifestaram a favor da minha tese – de que é preciso mudança – e que para que isso ocorra de forma contundente é necessário, fundamentalmente, o compromisso com a sociedade democrática.

O meu posicionamento abriu espaço para o debate público. A discussão em si mexeu com a sociedade e o Poder Judiciário. O resultado não foi o esperado, mas a legitimidade das manifestações deve ser respeitada, porém é fundamental que seja garantida a democratização no Poder Judiciário. O Estado de Mato Grosso precisava desse debate.

O tema precisava ser discutido, já que estava ‘represado’ dentro do próprio Tribunal de Justiça. Em minha opinião quem saiu ganhando foi a sociedade. Prova disso foi o acompanhamento in loco de representantes da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que estiveram em Cuiabá, de olho na sessão, pois são favoráveis e realizam a campanha “Diretas Já no Poder Judiciário” em todo o país.

Sob a chancela do presidente do Judiciário, desembargador Orlando Perri, a maioria do Pleno ateve-se a mera formalidade de como foi feita a proposta, mas como advogado, mesmo discordando, respeito à manifestação dos magistrados. A emenda está em pleno vigor e estará ameaçada se julgada contrária somente em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A verdade é que o Brasil mudou. O país de hoje, com mais de 160 milhões de pessoas vivendo nas cidades, é um imenso território de contradições e desafios.

O sistema de escolha do Judiciário é arcaico e não condiz com o estado democrático de direito dos tempos modernos. Não me canso de dizer que as pressões sociais pela participação na tomada de decisões levam, cada vez mais, a uma consolidação do exercício da democracia como elemento regulador dos embates políticos. A democracia implica em instituições sólidas e estáveis. E, para isso, é necessário que tenhamos Legislativo, Executivo e Judiciário eleitos de forma direta e no pleno exercício das suas responsabilidades.

A evolução da humanidade revela uma ampliação do debate acerca da legitimidade do Estado e das instituições que detém e exercem o poder. Essas são conquistas das quais não podemos abdicar. Para mim foi um ato de bravura, pois só existe coragem quando há desafio. A meu ver a real ousadia só me deixa com a consciência tranquila.

Precisamos estar vigilantes e mobilizados em defesa do Estado de direito. Acima de tudo em defesa do respeito às leis e às instituições.

*Emanuel Pinheiro é deputado estadual pelo Partido da República

COMPARTILHAR

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias

É possível continuar caminhando

Tudo nesta vida precisa ser muito elaborado, pois é...

Viver no par ou no ímpar

No mundo da realização só tem espaço para aqueles...

Um Alfa de si mesmo!

A mente humana é a fonte de poder mais...

O nosso interior nos faz prisioneiros

Temos duas histórias, a visível e a invisível, uma...