Gostaria de pedir permissão aos leitores para compartilhar a data de ontem. Completei 41 anos desde aquele distante dia quando entrei na redação do Jornal de Brasília, em Brasília, pra começar a vida de jornalista. Desde então nunca mais parei. Talvez o mais relevante disso tudo, foi a oportunidade de ter vivido e presenciado as grandes transformações pelas quais o Brasil e o mundo passaram.
Naquele momento o Brasil vivia desde 1964 o regime militar, e estava no auge em 1973, durante o governo do general Emilio Garrastazu Médici, o mais duro de todos os cinco generais-presidentes que governaram o Brasil até 1985. Em 1976 vim para Mato Grosso por conta das movimentações a respeito da divisão do estado que estava sendo gestada em Brasília e em Campo Grande. Havia um clima de confronto entre Cuiabá e Campo Grande que se refletia na imprensa nacional e regional.
Tive a rara oportunidade de acompanhar como jornalista e depois como diretor de comunicação do governo de Mato Grosso todo no processo da divisão. Confesso que não foi uma coisa bonita. Visto hoje, 37 anos depois, a História sublimou asa diferenças políticas, econômicas, financeiras, sociológicas entre as regiões Norte e Sul do velho Mato Grosso que morreu junto com a divisão, em 1977.
Vi a colonização de todas as regiões de Mato Grosso e me relacionei com figuras poderosas de então: Enio Pipino, em Sinop, Ariosto da Riva, em Alta Floresta,. Hilton Campos, em Juína e Norberto Schwantes, em Canarana, entre outros.
Convivi com políticos eminentes como o governador José Garcia Neto, os ex-governadores Pedro Pedrossian, José Fragelli, convivi com os governadores Frederico Campos, Júlio Campos, Carlos Bezerra, Jaime Campos, Dante de Oliveira, Blairo Maggi, Silval barbosa e outros eminentes políticos desse período, como Vicente Vuolo, por exemplo..
Convivi com os sonhos quase loucos daquele Mato Grosso histórico que ousava acreditar num futuro, à vista de então, quase impossível. Convivi com jornalistas como Eugenio Carvalho, Pedro Rocha Jucá, Adelino Praeiro, Roberto Brunini, pra não falar em todos.
Nesses 41 anos passaram-se mais do que os anos. Passou um tempo muito heróico e todas as transformações que aos poucos vão se perdendo e virando uma névoa na lembrança de quem vivenciou tudo aquilo….!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
[email protected]