Trabalhos científicos mostram que entre crianças respiradoras nasais, as alterações ortodônticas (maxila, mandíbula e oclusão dentária) ocorrem em aproximadamente 25% dos casos. Enquanto que entre os respiradores orais, os problemas podem atingir sete em cada 10 crianças.
Estes pacientes, que erroneamente respiram pela boca, geralmente roncam e têm má qualidade no sono. Quando presente nas crianças e não tratadas corretamente a tempo, entre as várias possibilidades de complicações, destacam-se as alterações ortodônticas.
A respiração nasal fisiológica (normal) prepara o ar inspirado, umidificando e filtrando. Quando deficiente, como nestes pacientes, facilitam infecções das vias aéreas.
Entre as principais causas da respiração oral na criança, estão a hipertrofia (aumento) das amígdalas palatinas, hipertrofia das adenoides, desvio do septo nasal e rinites alérgicas.
A respiração bucal dificulta o adequado posicionamento da língua e a deglutição dos alimentos. Estas alterações funcionais juntamente com a falta da passagem aérea pelas fossas nasais (nariz) quando permanecem por tempo prolongado, durante o desenvolvimento da criança, propiciam alterações no desenvolvimento dos ossos da face e dos dentes.
Por isso defendo que é importante o correto diagnóstico e tratamento destas crianças, o mais cedo possível, visando impedir o impacto negativo das complicações. Além disso, criança que ronca constantemente, não tem qualidade de sono, pode estar com sua qualidade de vida sendo comprometida.
Nesta quinta-feira (16) vou ministrar aula de interação desta área com a ortodontia, nos respiradores bucais na infância, durante 13° Congresso da Fundação Otorrino, que vai de 15 a 18 de agosto em Campos do Jordão, São Paulo.
Pretendo dividir meu conhecimento e aprender um pouco mais com os colegas que lá vão estar. Esse congresso deve ter a presença de aproximadamente 2,5 mil especialistas.
Milton Malheiros é médico otorrinolaringologista em Sinop