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PM, estudantes e sociedade

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Repercutiu enormemente o confronto da PM com estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso em Cuiabá.

Mas não foi um episódio inútil. Deixou lições preciosas pra estudantes, pra PM e pra sociedade.

Numa democracia, conflitos fazem parte e os confrontos também. Mas não se resolve conflito criando confronto armado como foi o caso em que policiais atiraram à queima-roupa contra estudantes desarmados. Natural a revolta da sociedade.

Agora, ficou bem claro que a PM precisa ser treinada para lidar com conflitos dessa natureza envolvendo estudantes, sem-terra, grevistas, comerciantes, mulheres, de torcedores de futebol, fechamento de ruas e avenidas por manifestantes, etc. etc.

A PM existe para dar proteção ao cidadão. Um grupo de combate não pode ser autônomo e decidir arranjar um baita confronto social e político que prejudique as relações da sociedade com a instituição. Ela possui serviços muito relevantes prestados à sociedade no dia-a-dia. Merece todo o respeito, até chegar nesse ponto desnecessário.

O que fica de lição? Todas as vezes que uma parcela da sociedade, incluindo a própria PM, se sentir desconfortável com uma situação, tem o direito de se manifestar dentro da normalidade, que era o caso dos estudantes.

E mais. A tendência no futuro é que a sociedade, cada dia mais descrente do poder público, vá mais para as ruas protestar.

Logo, a PM precisa aprender a lidar com isso, porque seu dever não é se envolver no protesto, mas permitir que ele se faça em ordem, não prejudique a ordem social.

Isso é pura política! E quem disse que a Polícia Militar não pode ser política?

Já os estudantes perderem nesses últimos 50 anos a capacidade de se politizar e de produzir futuras lideranças políticas. Estão recomeçando esse aprendizado. É natural que cometam eventuais exageros.

A reitora da UFMT deu uma definição muito boa: "universidade é um espaço de conflitos". É mesmo. De lá sairão os futuros líderes políticos, os líderes profissionais, os líderes empresariais e cidadãos politizados capazes de politizar essa sociedade despolitizada em que vivemos.

Ficaram lições que a PM não pode tentar sublimar dentro dos quartéis, colocando-se como injustiçada e reativa.

Precisa aprender com o episódio, porque é uma instituição ligada aos conflitos com todos os segmentos da sociedade.

Os estudantes precisam se recompor e se organizar melhor. A Universidade precisa politizar melhor os seus estudantes. E a sociedade precisa acordar!

Todos aprendemos com o episódio!

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.
[email protected]

 

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