Estradas de terra transformadas em atoleiros e as pavimentadas em buracos, pontes submersas deixando populações em completo isolamento; deficiência de água tratada e de esgoto sanitário na Capital e em Várzea Grande, as maiores cidades do Estado; obras paralisadas, conforme site do TCE (geo obras +- 300); o não cumprimento do pagamento a fornecedores e prestadores de serviço; desmotivação dos servidores públicos provocada pela falta de repasse do Governo para a manutenção das Secretarias e Órgãos, partindo das despesas básicas até a não liberação do pagamento de diárias aos servidores em serviço. Este é o retrato de alguns setores do nosso Estado, vai-se muito além…
Difícil fica entender este caos, num momento em que a economia do país cresce vertiginosamente, com os impostos federais e estaduais expandindo-se e a arrecadação aumentando; os preços das commodities agrícolas em patamares altos, com muitos produtos produzidos pelo nosso Estado; não se sofre com intempéries climáticas e, ainda assim, a manutenção do custeio do Estado está comprometida severamente.
Chegou a hora da sociedade organizada juntamente com os poderes constituídos, legislativo estadual e federal, o judiciário, bem como os órgãos controladores, Ministério Público e Tribunal de Contas, discutirem o futuro de Mato Grosso.
A Assembleia Legislativa deve organizar uma audiência pública, contando com a presença do Secretário de Fazenda, para que ele possa explicar sobre os gastos públicos e, então, unidos, irmos em busca de soluções.
Não podemos permitir que o legado da Copa do Mundo limite-se a algumas obras de mobilidade urbana em Cuiabá, mas que traga avanços, benefícios e transformações aos cidadãos mato-grossenses. O estado tem investido muito na copa do mundo, com a criação de novas secretarias, recursos para projetos e contra partida para inúmeras obras.
Mato Grosso poderá perder inúmeros recursos do Governo Federal, caso a sociedade não se mobilize neste momento. O Governo Federal tem hoje recursos disponíveis para a construção de 23.000 casas em 2013, que só chegará sob a condição do Estado e Municípios fornecerem a água tratada. Portanto, é preciso ação imediata. É cômodo transferir a responsabilidade para o gestor do Estado e assistir a repercussão das suas ações pela mídia, sem nada fazer. É fácil esperar novas eleições e responsabilizar também o novo gestor eleito pelo caos.
Mato Grosso deve adotar medidas, tanto quanto de uma empresa privada, que precisa de capital de giro para fazer frente ao crescimento do Estado e custear a máquina administrativa para não comprometer seu crescimento, inclusive perdendo recursos federais.
Luiz Carlos Richter Fernandes
Diretor da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso – FIEMT