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É preciso escrever…

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"A língua é a mais viva expressão da nacionalidade. Saber escrever a própria língua faz parte dos deveres cívicos." (Napoleão Mendes de Almeida)

Dominar adequadamente a língua portuguesa, seja falada ou escrita, deve ser um dos desafios amplamente perseguidos nas aulas de Língua Portuguesa, independente do nível em que elas ocorram, seja no Ensino fundamental, Ensino Médio ou no Ensino Superior. Discussões acerca das suas variações também devem ser frequentes, uma vez que é importante que os alunos ( e sociedade em geral) entendam que nem sempre nos comunicamos da mesma forma, a opção por uma modalidade ou outra, depende do ambiente e da situação comunicativa em que estamos inseridos. No entanto, com a escrita é diferente; não se deve escrever como se fala. A escrita deve respeitar a norma culta, esta que tem maior prestígio social e, cada vez mais, vem sendo, inclusive, assimilada como ferramenta para desempenho estável em todas as profissões. Sem o adequado uso da língua, corre-se o risco de o conhecimento técnico ficar restrito à própria pessoa, que não consegue comunicá-lo adequadamente. Vale ressaltar que o correto uso da língua portuguesa, atualmente, é fator diferencial e decisivo em muitas seleções no mercado de trabalho.

Deve haver preocupação constante com a qualidade da produção dos alunos, buscar, por meio de orientações, observações aos textos produzidos, dar condições destes escreverem cada vez com mais acerto, mais clareza, coerência e qualidade de informação. Destaca-se ainda que não basta conhecer, é preciso saber escrever ou bem dizer aquilo que se sabe, é por meio do uso eficiente da palavra, que divulgamos o que sabemos, damos a conhecer e podemos interferir na realidade de que fazemos parte. Deve-se escrever mais nas aulas de Língua Portuguesa.

É fundamental perceber, como diz o escritor Sérgio Simka, que "O escrever é comprometer-se intelectualmente; é assumir antes um compromisso com você mesmo diante do que pensa sobre o assunto, sobre aquilo em que acredita, sobre aquilo que forma seu conjunto de valores e concepções do mundo". Assim, durante as aulas de Língua Portuguesa, os alunos devem ser levados a refletirem sobre temas em discussão na sociedade, posicionarem-se e defenderem um ponto de vista. O texto produzido, a resposta dada a uma interrogação ou a defesa de um ponto de vista, deve ser a expressão de seus saberes e posições assumidas diante da discussão proposta, um exercício de reflexão crítica, que se mostra mais ou menos eficiente, segundo a habilidade de expressar-se corretamente, valendo-se de um amplo repertório linguístico, para o qual a leitura contribui decisivamente.

E, para reforçar a importância da palavra em nosso cotidiano, Otávio Paz sinaliza "A palavra é o próprio homem. Somos feitos de palavras. Elas são nossa única realidade ou, pelo menos, o único testemunho de nossa realidade." E como é lamentável perceber que tantas e tantas mensagens exibidas em faixas, out doors e letreiros, nos mais diversos pontos da cidade, testemunham erros dos mais variados tipos, um desrespeito grosseiro à nossa língua portuguesa. Deve haver empenho para bem ensinar, bem aprender e bem escrever o nosso idioma; nas tarefas escolares, trabalhos acadêmicos, noticiários, propagandas, enfim, nas mais diversas modalidades que se fizerem necessárias para expressão e repasse de informações. Sim, é preciso escrever bem!

Marli Chiarani – professora de L. Portuguesa, Literatura e Redação.

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