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O clima nas eleições

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Aqui na região metropolitana de Washington, D.C., a capital dos EUA, que compreende a área norte do Estado da Virgínia, o próprio D.C. e boa parte do Estado de Maryland o dia amanheceu muito frio, com temperatura de quatro graus abaixo de zero, mas com um sol lindo parecido com o periodo de verão.
Enquanto isto, nas diversas outras regiões e estados a temperatura oscila de 22 graus na costa Oste (Califórnia), nos Estados do Sul, incluindo o Texas e a Flórida a alguns graus abaixo de zero ou próximo desta marca no restando do país. Não bastasse o frio que castiga principalmente milhões de pessoas que ainda sofrem com a falta de energia, de transporte público, gasolina, aquecimento e até mesmo alimentos, água e coleta delixo, a chuva também castiga de forma terrivel a maior parte do país.

Todavia, nada disto reduz a vontade , o ânimo, a confiança e a esperança dos eleitores americanos que desde cedo formam longa filas de dobrar os quarteirões para escolherem o futuro presidente da República, um terço do senado e os 435 deputados da Câmara Federal.

Interessante que o registro como eleitor e o comparecimento `as urnas são facultativos por aqui, mantendo o princípio de que democracia não se faz a força e nem com ameaças a quem deixar de votar. O fundamento da democracia é a vontade soberana do povo, manifestada a cada dois anos nas urnas. Isto acontece porque os deputados tem mandato de apenas dois anos e os senadores de seis anos, mas a cada dois anos um terço do senado é "renovado", coincidindo de quatro em quatro anos com a eleição do Presidente da República.

Outro aspecto interessante é que não existe uma legislação eleitoral nacional que, como camisa de força, determina o que deve ser feito. Os Estados são soberanos para estabelecerem suas regras e também não existe justiça eleitoral, pois cabe a justiça comum e quando necessário `a justiça federal definir as pendências eleitorais. Enfim, a burocracia judicial não consome tantos recursos financeiros do contribuinte e nem substitui o papel do Congresso e do Executivo. Quando ocorre algumas pendências essas são equacionadas dentro do ordenamento jurídico estabelecido, inclusive constitucional, que tem uma estabilidade quase secular. As regras do jogo não são alteradas para attender casuismos ou interesses dos donos do poder.

Em quase todos os Estados os resultados são relativamente conhecidos pelas tendências históricas. As Costas Leste e Oeste e alguns estados do meio norte e centro do país votam tradicionalmente para o Partido Democrata enquanto nos Estados do Sul, do Centro-Oete e meio Oeste votam para os Republicanos. Sobram apenas 12 estados que são considerados indecisos em cada eleição , são chamados "swing states", onde ora pendem para os democratas ora para os republicanos.

Na verdade, mesmo entre esses doze estados pelo menos seis já estão quase definidos e em apenas três ou quatro é que a luta parece ser de vida ou morte. Florida e Carolina do Norte parece que devem escolher o candidato republicano, enquanto Ohio, Virginia, Colorado, Wisconsin e Nevada devem sufragar Obama.

As previsões é que Obama pode chegar a entre 290 a 305 votos no colégio eleitoral, bem mais do que os 270 necessários para sagrar-se novamente presidente. A votaçao popular é a base para decidir com quem os votos que cada estado tem no colégio eleitoral deve ficar. Em 2000 Al Gore ganhou nos votos populares e perdeu por 5 votos no colegio eleitoral. Isto decorreu da anulação de algumas urnas na Flórida em prejuizo de Gore que perdeu 29 preciosos votos no colégio eleitoral.

Desta forma, com chuva, com frio, com neve, com o rescaldo da temprestade tropical Sandy o povo americano, de forma altaneira, corajosa e determinada está comparecendo `as urnas com esperanças renovadas de reconstruir um país que não se ajoelha perante seus desafios.

Juacy da Silva, professor universitário, mestre em sociologia, atualmente morando nos EUA, área metropolitana de Washington, D.C. – colaborador de Só Notícias
Twitter@profjuacy Email [email protected]

 

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