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A Força da Natureza

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A relação do ser humano com a natureza não tem sido das melhores ao longo da história.Todas as vezes que a humanidade não respeita os limites estabelecidos ou como querem alguns, impostos, pela natureza esta, mais dia menos dia, reclama seu espaço. Mesmo com o avanço espetacular da ciência e da tecnologia, principalmente com a criação de modelos matemáticos e com suporte de sofisticados aparelhos, com uma frequência cada vez maior os desastres naturais estão apavorando ou mesmo aterrorizando dezenas ou centenas de milhões de pessoas a cada dia, provovando perdas humanas, materiais e emocionais.

Entre 1989 e 1991, quando participei aqui em Washington, D.C. da missão brasileira na Junta Inter-americana de defesa, primeiro como aluno e depois como professor do Inter-american Defense College, tão logo houve a queda do muro de Berlim e a desintegração do então "temido" império soviético, as preocupações passaram a ser voltadas para a identificação dos principais desafios que o mundo (com enfase no ocidente) iria enfrentar nas primeiras décadas do novo milênio.

Segundo estudos de futuro, utilizando a técnica de cenários, realizados naquela época, identificavam como os maiores desafios para o mundo, na nova ordem que estava se estabelecendo, os seguintes: LIC (low intensive conflict) ou conflitos de baixa intensidade em substituição as grandes guerras entre nações; questões relacionadas com grandes massas imigratórias principalmente da África em direção `a Europa e da América Latina em direção aos EUA; tráfico internacional de drogas, armas e pessoas, com o fortalecimento do crime organizado internacional; aumento da corrupção nas sociedades e aparelhamento das quadrilhas de colarinho branco nos aparelhos dos Estados; aumento e sofisticação do terrorismo como arma política e, finalmente, aumento da incidência dos desastres naturais.

Passadas duas décadas desses estudos e discussões, parece que os/as mesmos/as apresentaram um índice de acerto enorme, próximo de 100%. As previsões catastróficas, como alguns diziam, estão se concretizando. Todavia, parece que os Estados e governos nacionais, as organizações internacionais e as sociedades estão perdendo esta guerra, em todos os "fronts".
Ao longo de minha convivência aqui nos EUA, desde o início/meados da década de setenta, já presenciei, por exemplo, no caso de desastres naturais vários tornados, inundações, incêndios, nevascas, mas nada pode ser comparado com o que acabou de ocorrer neste final e início de semana quando o furacão , depois tempestade extra-tropical, Sandy deixou seu rastro de destruição, perdas materiais e algumas vidas preciosas.

Á area afetada direta ou indiretamente pelo mesmo foi da Costa dos Estados das Carolinas do Sul e Norte, passando pela Virgínia,West Virgínia, Distrito de Columbia (a capital Americana), Maryland, Pennsylvania, Nova Jersey, New York, Delawere, Massachusets, Connecticut, Rhode Island e Maine. Esta é a maior concentração populacional continua dos EUA, com mais de 60 milhões de habitantes e várias das maiores áreas metropolitanas, cada uma das quais com mais de 5 ate 15 milhões de habitantes.
Todos os sistemas de transportes aéreo, trens, metros, ônibus, fluvial, marítico foram afetados e ficaram paralisados por dois ou tres dias, afetando mais de 20 milhões de pessoas, sistemas escolares com mais de 8 milhões de alunos, rede hospitalar e de saúde, hoteis e entretenimento, sistemas de abastecimento de alimentos, água, coleta de lixo, energia elétrica, enfim, algo bem parecido com um filme que, na forma de ficção, tentava há alguns anos demonstrar os resultados de uma grande catastrophe ambiental em Nova York (o Day After, ou, em português, o dia seguinte).
Graças aos serviços de previsão do tempo e monitoramento de furacões , tempestados e outros desastres naturais, as perdas humanas foram poucas, em toda a região menos de 50, onde vivem mais de 60 milhões de pessoas. Mas as perdas materiais, diretas ou indiretas, devem ultrapassar a 2,3 trilhões de dólares.

Este é um alto preço que os EUA devem pagar para conseguir se recuperar, complicando ainda mais a já tão grave crise econômica e financeira. Tudo isto a menos de uma semana das eleições presidenciais, disputadíssimas como se apresentam.
Será que outros países , principalmente o Brasil, também um dia podem enfrentar um desastre desta proporção? O que estamos fazendo para prever o futuro e as medidas para enfrentar tais desafios? Com a palavra nossos governantes, nossos cientistas, nossas instituições e o povo em geral!

Juacy da Silva, professor universitário, mestre em sociologia, colaborador de Só Notícias. Atualmente morando nos EUA, area metropolitan de Washington, D.C. [email protected]

 

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