Em tempos de eleições muitos se apresentam desejosos e cheios de sonhos, receptivos, amigos, se mostrando como capaz de realizações extraordinárias e com intuições de que devem dedicar um pouco da sua vida para ajudar a coletividade. Querem reuniões, dão tapinhas nas costas, apertos de mão, abraços e até beijinhos… Apontam falhas dos atores do momento e dizem que sabem resolver tudo num flash. Assim demonstram que desejam se candidatar. Porém para se chegar lá, não basta só sonhar! Preliminarmente há que se convencerem muitas pessoas do seu circulo de amizades para nesse projeto lhe auxiliar junto ao povão. Não é tarefa simples, há que se ter cautela. Como então executar essa tarefa? Bem atualmente não bastam amigos e parentes no exercício dessa função. Há que se desenvolver uma metodologia profissional, onde estejam envolvidos estatísticos, estrategistas e "marketeiros".
Daí então fazer um trabalho para se construir o candidato, e isso promovendo diversas dúvidas nos adversários e no povo… Será que os seguidores serão mesmo leais e fieis até o fim? Muitos até serão. Outros, apesar de mais próximos, vão lhes encher de lorotas a cabeça, principalmente se for marinheiro de primeira viagem, podendo até sorrateiramente debandar para o lado do adversário que lhe oferecer, quem sabe, mais mordomias. Ah, isso acontece muito! É a mudança de lado por cabos eleitorais. Mesmo dentre amigos, alguns dirão que este ou aquele companheiro não merece atenção, e já faz uma desagregação de grupos que abalam a solidez da campanha, que ao invés de construírem uma aglutinação para somar mais votos e conquistar a sonhada vitória, faz já uma debandada. É a competição que se instala e que se manifesta. E, que podem ocorrer em forma de quatro crueldades ou mais.
Ódio – geralmente é utilizado simplesmente como "estopim ou bucha de canhão", só para criar clima de "terror psicológico". São personagens raivosos, rancorosos por seus adversários, usando todas as formas negativas para desonrarem o seu próximo e desviarem as atenções do foco principal. Prática comum quando se não tem argumentos convincentes.
Complexo de inferioridade – utilizado para aniquilar candidatos desprovidos de cultura e até de capacidade para os cargos disputados, bem como até de recursos financeiros, em forma de pressão psicológica. Podendo ser usada tanto por falsos companheiros como pelos adversários.
Medo – São utilizados os problemas existentes e de solução complexa como argumentos de que poderiam ser solucionados pelo grupo que é formado por elementos importantes da classe política como uma forma de esmorecer o adversário. Ou por outro lado, podem ainda ser usados fatos verídicos e reveladores, documentações comprometedoras, coisa e tal… Que faz com que os problemáticos fujam da luta para não se verem mais enrolados.
Culpa – já é um fato documental de histórico, ligado intimamente a legislação atual. A tal lei da ficha limpa! – Quem tem "culpa no cartório", nem tente. O homem que desejar se candidatar para ajudar seu próximo e almejar obter sucesso, deve antes de tudo, estar imunes às perversidades, como ódio, sentimentos de inferioridade, medo e culpa ou máculas. Deve estar livre e independente e em condições para agir de acordo com sua própria vontade e consciência. Deve possuir projetos adequados a realidade das necessidades e com a capacidade técnica e orçamentária, e a mostra para quem se interessar em fazer as comparações necessárias. E mais, os seus assessores devem assim também ser escolhidos.
Porém, mesmo aqueles que reunirem as condições adequadas devem mesmo usar todos os recursos existentes, como estratégias, pesquisas e marketing de forma segura e profissional. Mas, antes de qualquer coisa o candidato deve dizer para si mesmo e estar seguro disso: Quero ser candidato!
Domingos Sávio Bruno é Engenheiro Florestal em Cuiabá