O processo de desenvolvimento de todos os países decorre de vários fatores, com destaque para o território, onde estão incluídos os recursos naturais (minerais,, fontes energéticas, bio-diversidade, solo em condições de prodzir alimentos e outras matérias primas), abundância de água. Também a posição geográfica e dimensão territorial determinam a inserção estratégica de cada país no contexto internacional e suas projeções de poder.
Outro fator determinante para o desenvolvimento é o capital, incluindo a capacidade de popupança e de investimentos que cada país pode realizar, pois sem investimento em setores vitais e estratégicos, por mais recursos naturais que um país possui jamais atingirá patamares significativos de desenvolvimento, incluindo também distribuição de renda e elevação constntes da qualidade de vida de sua população.
O terceiro fator são os recursos humanos, enfim, a população. Para a maioria dos pensadores geopolíticos e geoestratégicos, uma população numerosa é um fator em potencial para o desenvolvimento port rês razões: primeira, a possibilidade de ser criado um mercado interno forte; segunda, pela existência de uma força de trabalho/mão de obra necessária para atender aos desafios do desenvolvimento e, terceira, pelo peso politico e estratégico em relação `a constituição de forças armadas em condições de garantirem que um país possa defender interna e externamente seus objetivos e interesses nacionais.
Assim, os recursos humanos são ao mesmo tempo fonte de poder e também de potencial, razão pela qual a sua capacitação tanto para o mercado de trabalho quanto para a constituição de suas forças armadas e também para o desenvolvimento científico e tecnológico sãoimportantes.
Neste contexto dois aspectos são fundamentais: a educação e a saúde. A primeira define os níveis de domínio, criação e difusão do conhecimento, incluindo a ciência e a tecnologia. A segunda determina os níveis de higidez da popullação. Um dos maiores desafios que os países tem enfrentado nas últimas cinco ou seis décadas é para melhorar a qualidade de vida da população e, ao mesmo tempo, reduzir os índices de mortalidade, em todas as faixas etárias.
Os países sub-desenvolvidos são caacterizados por baixa renda per capita, altos índices de pobreza, de miséria, desnutrição, fome e também por precárias condições habitacionais, de saneamento básico , altas taxas de mortalidade infantil e reduzida expectativa de vida.
Mesmo que um país consiga altas taxas de crescimento econômico por um longo periodo, duas ou mais décadas, se não enfrentar com seriedade os desafios antes mencionados, jamais poderá atingir os níveis de desenvolvimento em todos os setores e de bem-estar de sua população. Neste aspecto uma distribuição de renda mais justa (indicada pelo coeficiente de gini) também é requisito indispensável para que possa ser considerado um país desenvolvido.
Dados recentes da Divisão de população da ONU, apresentam um anking de 194 países e territórios, com as taxas de mortalidade infantil, por quinquênios desde 1950/1955 até 2005/2010. Além do ranking em si, podemos identificar como alguns países conseguiram reduzir taxas elevadas de mortalidade infantil enquanto outros ainda mantém índices elevados para os padrões atuais ou o tamanho do PIB.
Por exemplo, o Brasil apesar de ocupar a sexta posição mundial em relação ao PIB no quinquênio de 2005/2010 ocupava a 107a posição quando se trata do ranking das taxas de mortalidade infantil e nas estimativas da CIA (Anuário de 2012), está na 131a posição em um total de 222 países e territórios.
Nos anos 1950/55 nove países tinham índices de mortalidade infantil maiores do que o Brasil. Seis décadas depois (2005/2010), todos, com excessão da Nicarágua e Índia, têm índices menores do que o Brasil. Alguns exemplos são bem marcantes: Coréia do Sul os índices de mortalidade cairam de 137 mortes de crianças com menos de um ano por mil nascidos vivos para 5,2; a Líbia de 185 para 17,8; os Emirados Árabes de 175 para 8,3; a Síria de 180,1 para 17,8; enquanto o Brasil de 134,7 para 28,3.
Nosso país ainda tem um longo caminho a ser percorrido para que também na saúde e na educação possamos fazer parte do clube dos países desenvolvidos. Parece que nossa economia vai bem, mas a educação e a saúde continuam na UTI. Será que nossos candidatos e governantes não se envergonham desta situação?
Juacy da Silva, professor universitário, mestre em sociologia, colaborador de Só Notícias
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