Na última terça-feira, teve inicio o horário político no rádio e na TV. Não via a hora! Adoro horário político, principalmente na TV. Não perco um. Esse lance, essa empatia entre mim e ele não é de hoje. Digo empatia porque eu adoro os programas e eles parecem ser feitos para mim. Para proporcionarem-me alegrias, entretenimento e nunca tristeza. Com eles eu cresço intelectualmente. Sondo o candidato que se me apresenta na telinha pedindo o meu voto ou pedindo-me para que eu não vote nele. Verdade. Na minha última pós eu tirei dez em Análise do Discurso. Basta que o pedinte – candidatos a vereadores são, na maioria, apenas pedintes e, se eleitos, continuarão sendo pedintes – diga o nome e o número e eu já tenho um diagnóstico completo se é do bem ou se é do mal. Perdoem-me, mas eu não consigo engolir essa história, afinal quem é do bem não anda mal acompanhado. Está no sangue.
Voltando ao horário político, na quarta-feira, 22, foi o primeiro dia dos pretendentes ao cargo de prefeito (ou prefeita) dos municípios brasileiros. Acordei e fiquei contando minutos, segundos e átimos de segundos para o inusitado momento. Afinal eleições municipais, tal qual os anos bissextos, Olimpíadas e Copa do Mundo, só acontecem de quatro em quatro anos.
E o momento chegou. Como moro no interior de Mato Grosso arranquei os fios da parabólica e escondi o receptor. Tudo em garantia de poder assegurar e garantir o assistir ao meu programa favorito.
Começou! Dia de apresentação dos candidatos. De onde e como vieram, o que fizeram e o que farão. Apesar de um visível amadorismo de ambas as partes, acertou-se em muito e errou-se em muito mais, porém, valeu!
Mas como eu disse: horário político para mim é entretenimento, eu me diverti legal. Muita coisa engraçada. Exemplos? Apenas um para descansar a mente do leitor, poupando-a de análises menos ou mais assertivas que as minhas, o depoimento de uma empregada satisfeitíssima com os patrões. "Aqui eu tenho toda a liberdade, abro a geladeira, como o que eu quero…" Sem contar que nesses quereres tem também o "Chego na hora que eu quero e saio na hora que eu quero". E então eu pensei naquele pessoal todo que só aparece em épocas de campanhas, acesos por uma boquinha na prefeitura… Deverão estar maravilhados: chegarem, saírem e fazerem o que bem quiserem. É.
Carlos Alberto de Lima é jornalista
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