Costuma-se dizer que tanto as CPIs (comissões parlamentares de inquérito, quando as mesmas são unicamerais) quanto as CPMIs (Comissões Parlamentares mistas de inquérito, quando as mesmas são constituídas por representantes da Câmara Federal e do Senado) são, na verdade um grande circo, um palanque sobre o qual incidem os holofotes da mídia e possibilitam seus integrantes, principalmente seus dirigentes (presidente e relator ou sub-relatores) gozarem de uma super-exposição e cacifarem suas imagens perante a opinião pública, principalmente quanto os dirigentes são de partidos que poiam o Governo, ai temos as comissões chapa-branca.
Nos últimos vinte ou trinta anos, tanto a nível federal, no Congresso Nacional, quanto nos Estados através das nas Assembléias Legislativas e nos municípios, onde o poder de “investigar” cabe `as Câmaras municipais, ja foram constituidas centenas de CPIs eCPMIs, motivadas quase sempre por denúncias da imprensa quanto a casos de malversação do dinheiro publico, ou mais concretamente casos de corrupção, que trocado em miudo significa roubo dos cofres públicos.
O montante dos recursos envolvidos direta ou indiretamente chegam a alguns bilhões de reais, surrupiados dos cofres públicos ou através de expedientes ilícitos, onde o tráfico de influência facilita a vida de empresários ou pseudos empresários que contam com o apoio não de funcionários subalternos, mas sim com autoridades do primeiro ou segundo escalão dos diferentes poderes. Só no governo Dilma que completou pouco mais de um ano diversos ministros e gente grande do Segundo escalão já foram apeados do poder por denúncias de corrupção. Mas como o governo tem maioria no Congresso, nenhuma CPI foi constituída e os corruptos continuam passeando livremente por ai, alguns posando até de cidadãos de bem!
Em que pese a desconfiança geral da opinião pública tanto em relação `a eficiência do Poder Judiciário quanto da efetividade das investigações “inter-pares”, onde a raposa não pode cuidar do galinheiro e muito menos o vampiro ser responsável pela gestão do banco de sangue, parece que os eleitores e contribuintes um tanto incautos ainda acreditam em uma democracia de fachada em nosso país.
Recentemente circulou na internet uma matéria atribuida a um alto dirigente chinês referindo-se`a situação da violência e da corrucão que tanto denigrem nossa imagem interna e internacionalmente. Na referida materia o citado dirigente chinês afirma que naquele país que está encantando o mundo, principalmente os emergentes, casos de violência e de corrupção são tratados como crimes hediondos, muitos dos quais acabam sendo punidos com penas severas incluindo longos anos em prisões para que os delinquents comuns e também de colarinho branco possam ser “re-educados” para viverem de forma decente em sociedade.
Outros crimes mais graves e criminosos são punidos com prisão perpétua ou até com pena de morte, geralmente por fuzilamento. Enquanto isto, cabe aos delinquentes, inclusive de colarinho branco trabalharem de forma dura, tendo que prover seu sustento e de suas familias com trabalho árduo, e não com as regalia existentes em nosso sistema prisional, onde os deliquentes tem inúmeros direitos establecidos na Constituição e suas vitimas, privadas ou a sociedade como um todo, nada têm para garantir-lhes os direitos de cidadania.
Quer me parecer que seria de muito melhor que nossos parlamentares, que, em princípio deveriam ser legisladores e não meros despachantes de luxo e traficantes de influêcia a serviço da bandidagem e do crime organizado, repito, deveriam nossos parlamentares elaborarem Leis um pouco mais severas que acabasem com a impunidade e a descrenca generalizada que a população tem em relação `as nossas Instituições. Mais uma CPMI ou mais uma CPI é pura encenação. Algém já viu algum resultado efetivo das CPIs do mensalão, seja do PT ou do DEM? Ou de outros roubos dos cofres públicos que deram origem a esses palanques que acabam gastando mais dinheiro publico e nada trazem em benefício da sociedade?
De minha parte continuo, como diz o povão, pagando pra ver. E com certeza não vamos ver quase nada, é como o rugido de uma enorme montanha que ao final vai parir apenas um ratinho!
Juacy da Silva, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, Ex-Diretor da ADUFMAT, Ex-Ouvdor Geral de Cuiaba, mestre em sociologia, colaborador de Só Notícias e articulista de A Gazeta há mais de 16 anos, onde escreve todas as sextas feiras. Email [email protected] Twitter @profjuacy Blog ww.professorjuacy.zip.net