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Inclusão Digital Feminina e seus desafios

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Mulheres trabalham pela redução da pobreza, promovem o social e desenvolvem economias no mundo todo. Mas quando se fala em inclusão digital feminina em cenários inovadores a conversa é outra.

Existem países onde o acesso à educação básica é restritivo às mulheres. Então, como é que elas serão digitais se não sabem ler ou escrever?

Em ambientes de trabalho competitivos são rotuladas de “mal amadas” se forem competentes; se benevolentes, serão chamadas de empregadas e caso ela seja bonita… não precisa nem dizer que, a cada sucesso adquirido, será lembrada que esta alí pelos atributos sexuais.

Por mais que se fale que mulheres irão conquistar o mundo, raramente recebem cargos de liderança, já que o estereótipo sexual permanece quando se trata de contratação e atributo de função.

Temos menos mulheres em cargos políticos, Ceo de grandes empresas ou lideranças que sejam reconhecidas, ainda que sejam, cada vez mais, arrimo de família ou ganhem mais que seus companheiros.

E antes que me diga que o artigo é preconceituoso e não retrata a realidade, vamos aos números. Em 20 anos, a inclusão digital feminina avançou em 42%, segundo dados da ONU, num mercado onde o crescimento exponencial dos negócios é de 110% ao ano.

Mulheres que decidem entrar para o ramo da tecnologia dificilmente são abraçadas pela inovação ou pelo aprendizado compartilhado. Dependem muito mais de si mesmas do que de um ambiente que proporcione crescimento.

Além disso, há desafios físicos, políticos e econômicos para formar e incentivar mais mulheres a ingressar em carreiras tecnológicas. Afinal, temos poucas ou quase nenhuma referência feminina no Vale do Silício. Não acredita? Responda rápido: Que mulher é referência de tecnologia? Garanto que vai demorar um pouco até encontrar nomes próximos a Steve Jobs, Bill Gates ou Mark Zuckerberg.

E mesmo diante de tantas dificuldades de inclusão da mulher em cenário digital há nomes como Ada Lovelace e Grace Hopper, que foram fundamentais para o avanço dos softwares, assim como grupos de mulheres que auxiliam o empoderamento feminino pela inclusão digital como Pyladies, Women who Code e o Programaria.

Para mudar a realidade e a hegemonia masculina nesse universo, governos como Índia, Canadá e Israel veem na inclusão digital um importante mecanismo para apresentar, engajar e aumentar o envolvimento feminino na tecnologia.

Antes de recriminar as garotas geeks, as jogadoras de Pokémon e meninas que preferem robótica à Barbie, vale a pena observar, instruir e empoderá-las para que a próxima geração de mulheres a dominar o mundo se inspire e aceite a  inclusão digital feminina como essencial.  

Vamos educar nosso filhos para aprender a respeitar as mulheres e incentivar a todas que desejem enveredar pelos caminhos da tecnologia proporcionando equidade num ambiente onde o digital é mais azul do que cor de rosa.

Maria Augusta Ribeiro. Profissional da informação, especialista em Netnografia

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