quinta-feira, 28/março/2024
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Alienações Machadianas

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As devastadoras delações (Sérgio Machado, Odebrecht, Léo Pinheiro, Camargo Correa, etc..) já não merecem mais tanto alarde, pois começam a demonstrar cabalmente o que todo mundo já sabia, mas apenas não queriam admitir por força de uma cegueira seletiva e criminosa que tomou dos derrotados em 2014. Os tempos de justiçamento nonsense da “República de Curitiba”, após atingirem criteriosamente apenas um lado, sem saída por conta da avalanche de delações, começam a incomodar o lado B do disco, o lado dos golpistas derrotados, e nos faz trazer à colação a grande obra, de pura psicanálise literária ou libertária “O Alienista”, do inigualável Machado de Assis, nosso mulato nada inzoneiro.

Então, tendo em conta obra machadiana, entendemos que, quando o golpista Renan Calheiros diz que o Senado da República se transformara num hospício, errou duas vezes. Erra, em primeiro lugar, por considerar que apenas o Senado teria se tornado um grande hospício, pois o Senado nada mais é do que um pedacinho do Brasil representado por 81 senadores, e erra, em segundo lugar, porque parte desses representantes não age como loucos, mas age de forma consciente, age simplesmente como age parte da sociedade brasileira que não aceitou a derrota de 2014 e atua no sentido de aceitar, de forma alienada, aí no sentido machadiano, a conspiração, a traição, a farsa, o engodo, a injustiça, ou seja, o golpe, apenas porque não aceita a derrota ou, em muitos casos, porque perderam privilégios seculares, a exemplo da impunidade seletiva, muito personificada na atualidade pela figura fúnebre de Sérgio Moro. O problema é que os alienados se esquecem que uma vez aceitando que o alienista tome as rédeas de suas vidas, todos passarão de aliados a vítimas dele, como bem lecionou Machado.

Os juízes passaram a achar normal interpretar a norma como bem entender, desde que isso lhe traga alguma vantagem ou não lhe traga prejuízo, pois quem liga? Os parlamentares, nos três níveis, passaram a achar normal substituir a vontade popular pelas suas vontades, pois isso não é o normal? A traição, a farsa, a perfídia serão coisas corriqueiras, pois os fins não justificam os meios?

Silenciar, neste momento, significa compactuar com o golpe, significa recolher-se conscientemente ao manicômio repleto de farsantes comandado por Simão Bacamarte disfarçado de Eduardo Cunha, ventríloquo do boneco Michel Temer.

Não nos iludamos, quem estiver aderindo a essa pantomima farsesca, ou simplesmente silenciando-se diante dela, estará ajudando a jogar o Brasil de volta nas trevas antidemocráticas, cujos resultados são totalmente imprevisíveis no tempo.

É uma ilusão achar que estaremos resolvendo as coisas no Brasil, fechando os olhos para esse descalabro que ocorre no Congresso Nacional e que àqueles que têm plena consciência do que lá está ocorrendo, simplesmente acordarão no dia seguinte agindo como se nada estivesse ocorrendo, pois as fendas, as feridas, as fraturas estarão expostas! Como acreditar nas instituições brasileiras, como acreditar em julgamentos justos doravante? Como acreditar em farsantes e em quem com eles compactua?

Adamastor Martins de Oliveira – Engenheiro e Advogado em Cuiabá/MT
[email protected]

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