sexta-feira, 19/abril/2024
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Aliança desfeita

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Na última terça-feira, a imprensa do Estado amanheceu “coalhada” com a notícia da desistência do senador Jaime Campos de tentar a reeleição.

Logo mais tarde, tudo confirmado de forma elegante, serena, pelo próprio senado, que deixou claro seu desconforto com possíveis desvios de certos aliados.

Antigamente, diante de fato deste tamanho, o lugar comum era dizer que milhões de toneladas de tinta foram gastas em análises, diagnósticos etc.

Hoje, quem sabe, o certo é dizer trilhões de megabytes foram ocupados.

Quem perde? Quem ganha? E agora? São perguntas ouvidas em bares, comitês, redações e em rodas até de Chá das Cinco pelo estado a fora .

O que virá não sei e quem falar que sabe, mente.

Eu ainda estou na fase de diagnóstico. Tento entender como uma aliança tão bem desenhada, parecida saída de uma prancheta de um grande arquiteto político, com chances reais de vitória, uma combinação de pragmatismo e pureza, experiência e novidade etc, é desfeita em poucas horas?.

Deus sabe ser bom. Presenteia a nós com o que gostamos e na medida.

Comigo ele exagerou. Ganhei o gosto pela política e de “lambuja” a possibilidade de conviver com grandes protagonistas desta arte.

Um, de agilidade intelectual imensurável, é quem me vem à memória diante deste fato. Falo de Edgar Nogueira Borges.

Na descontração, o chamava de O Grande Filósofo Contemporâneo do Araguaia. Apelido grande sob todos os aspectos.

Ensinava ele quando alianças de partidos e/ou pessoas diferentes eram questionadas: coligações são feitas entre diferentes mesmo, os iguais já estão juntos nos partidos.

O requisito verdadeiro, dizia o filósofo, é terem o mesmo objetivo e pontos e de preferência inimigos em comum.

Foi assim que tornou se grande articulador das frentes de combate à ditadura agasalhadas dentro do PMDB de Mato Grosso.

Depois da lembrança, vem a pergunta: têm o mesmo objetivo os grupos instalados dentro da coligação que acaba de perder a candidatura à única vaga ao Senado?.

Este episódio vai render muita coisa ainda. Para a história já entrou.

Suas consequências serão um capítulo importante e que marcarão profundamente esta e as próximas duas eleições. No mínimo.

Paulo Ronan é economista, ex-professor de Macroeconomia da UFMT e autodidata em História

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