Hoje completa um ano da execução do capitão do Exército Brasileiro Rodrigo Elpídio da Silva, 33, morto a tiros no bairro Jardim Cuiabá. A hipótese de que o crime resultou de uma discussão em uma briga de trânsito foi descartada pelo delegado Márcio Pieroni, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O assassinato, que passou a ser investigado em segredo de Justiça, ainda não tem motivação e autoria identificada, mas o delegado garante que foi planejado e o oficial do Exército foi atraído até o local para ser morto.
Uma sindicância realizada por oficiais da 13ª Brigada engrossam as páginas do inquérito que deve se avolumar ainda mais com depoimentos de vários militares, a serem chamados para uma acareação. A decisão reforça uma das hipóteses, de que haja participação de militares no crime. O tenente-coronel Carlos Eduardo Ilha dos Santos, comandante do 44º Batalhão onde o oficial era lotado, garante que o Exército vai colaborar para desvendar a morte, independente do resultado a ser apresentado pela Polícia Civil, responsável pela investigação. "Faço questão de levar à família o nome do autor do crime, como prometi ao entregar o corpo do oficial".
O capitão foi ferido na rua dos Crisântemos, atingido por disparos no tórax e braço. Rodrigo ainda tentou reagir, mas a pistola acabou travando. O oficial foi levado a um hospital próximo, mas chegou morto. Até hoje a Polícia não conseguiu informações sobre o veículo Gol, geração 4, cor vermelha, ocupado por 3 pessoas, uma delas a autora dos disparos que matou o oficial que havia retornado recentemente de uma missão de paz no Haiti.
Pieroni diz que uma das peculiaridades do caso está no fato da delegacia nunca ter recebido qualquer denúncia ou pista, mesmo anônima sobre o crime, o que é comum neste tipo de investigação. Quanto à premeditação, assegura que os indícios apontam para o fato do oficial ter sido atraído ao local através de um telefonema que retardou sua entrada em uma festa, diante da casa em que foi morto. Em relação ao veículo ocupado pelos assassinos, ele foi visto rondando a região, pouco antes, indicando que aguardava a chegada da vítima. Depois foi visto a algumas quadras do local, com 4 pessoas dentro.
O capitão Rodrigo tinha cerca de 170 militares sob seu comando. Tinha um perfil agregador e, segundo o comandante do 44º Batalhão, era admirado tanto pelos soldados como oficiais. Naquela noite havia participado de uma festa organizada por ele na formatura de alunos.
Para o comandante, a parceria com a Polícia Civil nas investigações tem como objetivo principal a busca da verdade sobre a morte do oficial. Ressalta o grande círculo de amizades que a vítima possuía, que ia além da militar, incluindo a vida acadêmica na faculdade de administração e a atuação em um grupo de motociclistas.