O superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Oslain Campos, explicou, agora há pouco, em entrevista coletiva, disse que mais empreiteiros que não participaram das licitações para obras de saneamento do PAC em Cuiabá, onde foram descobertas irregularidades, estão sendo investigados. Eles teriam recebido dinheiro para desistir de disputar as obras, vencidas por 3 grandes empreiteiras, cujos donos Carlos Avalone, Marcelo Avalone, Jorge Pires de Miranda e Anildo de Barros foram presos hoje, na capital. A PF aponta que a licitação foi fraudada para beneficiar as empreiteiras vencedoras e havia cláusulas restritivas. Empreiteiras em São Paulo, Campo Grande, Goiânia, Maringá e Brasília teriam desistido em troca de dinheiro. Os valores não foram mencionados.
O superintendente apontou que os empreiteiros presos se valeram da força política e dos sindicatos da construção para evitar que empresários de outros Estados pudessem participar ou, posteriormente, figuravam como terceirizados para o consórcio de empreiteiras vencedoras. Dos R$ 217 milhões em obras, cerca de R$ 7, 5 milhões foram pagos. Outra parcela de R$ 10 milhões foi suspensa hoje, pelo prefeito Wilson Santos, após ter sido desencadeada a operação Pacenas, que resultou em 11 prisões, incluindo a do ex-presidente da Sanecap e procurador jurídico da prefeitura, José Antonio Rosa.
A Polícia Federal grampeou ligações telefônicas de Rosa com empreiteiro e aponta que ele "participou fazendo a interlocução e os contatos entre empresas e a Prefeitura de Cuiabá". O delegado Marcio Carvalho, que esteve na linha de frente da operação, aponta o procurador como um dos "coordenadores" do esquema. A PF aponta que houve um conluio para que cada parte das empreiteiras vencessem um determinado lote de obras. "Havia acertos e ameaças veladas contra concorrentes para que eles se mantivessem fora do páreo", afirmou Carvalho.
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