O prefeito afastado Júlio César Ladeia (PR), de Tangará da Serra, afirma ser vítima de uma quadrilha que sonegou milhões em impostos municipais e teria induzido vereadores da cidade a aprovar o afastamento dele. A denúncia foi feita ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), em Cuiabá, onde ele também pedirá proteção pessoal.
Ladeia acusou a suposta quadrilha durante visita ao procurador de Justiça Paulo Prado, que deverá instaurar um procedimento para investigar a denúncia. O prefeito está afastado desde a semana passada após ser acusado de 27 irregularidades por várias entidades de classe e ceder lugar ao vice-prefeito, José Jaconias (PT).
Acompanhado por um advogado e a esposa Karen Ladeia, o prefeito alegou que a quadrilha formada por empresas de comunicação e vários segmentos teriam deixado de pagar nos últimos anos milhões através do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN). O montante, segundo ele, ainda não foi calculado. “Tenho cópias de notas fiscais que mostram que muitas firmas informavam um valor em uma guia da nota fiscal e um valor bem menor na guia a ser enviada ao fisco, o que acaba reduzindo o valor do imposto a ser pago”.
Ele diz que foi só pedir as informações e uma investigação foi aberta na Câmara e o afastamento foi aprovado. Segundo o presidente da Câmara, Miguel Romanhuk (DEM), a decisão atende apelo popular, não tem irregularidade e foi aprovada por 9 dos 10 vereadores da cidade. Diz ainda que isso garantirá tranquilidade na investigação de denúncias de improbidade.