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TRF mantém decisão que impede começar obras de usina hidrelétrica em Sinop

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O Tribunal Regional Federal da 1ª Região negou efeito suspensivo em um recurso da Companhia Energética Sinop que pedia para prosseguir com o licenciamento da usina, uma das cinco que estão em andamento no rio Teles Pires. Para o desembargador Jirair Aram Megueriam, relator do recurso, sem cumprir as condicionantes da licença prévia, a licença de instalação não pode entrar em vigor.  “O legislador condiciona expressamente a emissão da Licença de Instalação ao cumprimento in totum das condicionantes eventualmente impostas na Licença Prévia que lhe antecede, não me parecendo possível o avanço de fases sem que estejam implementadas as condições impostas em momento anterior”, sustenta.  “A licença de instalação somente será emitida se forem atendidas as exigências contidas no item 11 do presente parecer, incluindo o detalhamento de todos os programas e o atendimento a totalidade das condicionantes dispostas no referido item”, decidiu.

Com a decisão do desembrgador, a liminar obtida pelo Ministério Público Federal (MPF) na Justiça Federal de Sinop continua vigorando. Os trabalhos da companhia estão paralisados desde 13 de maio, informa a assessoria da Procuradoria da República em Cuiabá.

Mesmo com a exigência expressa, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso (Sema), emitiu a Licença de Instalação para que as obras da usina se iniciassem, sem exigir o cumprimento das condicionantes da fase anterior. Situação muito parecida com o que já ocorreu nas usinas Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia, e na usina de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará.

“Nos casos de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte a falta de rigor do órgão licenciador em exigir as condicionantes que ele próprio impõe criou verdadeiras tragédias. Essa decisão do TRF1, de manter as obras de uma usina paralisadas para exigir cumprimento de condicionantes sinaliza que o princípio da precaução, que deveria reger qualquer licenciamento ambiental, poderá finalmente ser aplicado”, explica o procurador da República Felício Pontes Jr.

O MPF já moveu 13 ações judiciais contra as usinas do chamado complexo hidrelétrico Tapajós-Teles Pires, que planeja pelo menos sete usinas nos rios formadores dessa bacia, que banha os estados do Pará e do Mato Grosso e atravessa Terras Indígenas dos povos Kayabi, Munduruku, Apiaká e ainda indígenas em isolamento voluntário, informa a assessoria do MPF.

A companhia informa que a usina a ser construída no rio Teles Pires, nos municípios de Cláudia e Itaúba, terá capacidade para 400 MW. O investimento previsto pela Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel é de aproximadamente R$ 1,78 bilhão. A concessão tem prazo de 35 anos, com contrato de comercialização de energia por 30 anos e início de operação comercial a partir de 1 de janeiro de 2018.

Após a companhia resolver os impasses burocráticos constatados pela justiça as obras devem iniciar e não há uma data definida pois será preciso aguardar julgamentos de recursos judiciais.

A construção da usina vai gerar cerca de três mil empregos durante a sua fase de construção e terá capacidade de 400 megawatts. O consórcio recolherá à União anualmente o valor de R$ 1,53 milhão como pagamento pelo uso do bem público e R$ 11 milhões que serão pagos à União, ao estado do Mato Grosso e aos municípios impactados, referente à compensação pela utilização dos recursos hídricos, informa a assessoria da Aneel.

(Atualizada às 15:44h)

 

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