Um acidente por semana. Essa é a média de registros que o Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento de acidentes com animais peçonhentos nos últimos anos. Entre 2010 e 2014, cobras e escorpiões são os líderes em ataques. Já as vítimas são, em sua maioria, homens entre 20 e 39 anos. Pés e mãos são as partes do corpo mais atingidas por picadas.
O ponto curioso nesses números é que, ao contrário do que o senso comum sugere, os trabalhadores rurais não estão em destaque nessa estatística. Mais da metade das ocorrências aconteceram em ambiente urbano e as condições em que o acidente ocorreu não estão relacionadas à atividade profissional das vítimas.
Essas informações são abordadas no projeto “Animais Peçonhentos: Conhecimentos sobre identificação, manejo e controle no município de Sorriso”. A iniciativa é do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT).
Na última sexta-feira, o projeto foi até a 10ª Companhia Independente de Bombeiros Militar de Sorriso, onde bombeiros e servidores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente participaram de um minicurso com exposição de materiais próprios para captura e simulações referentes ao manejo de animais peçonhentos.
“Também firmamos parcerias em relação à tramitação de informações entre esses órgãos e o IFMT, de forma a conduzirmos trabalhos futuros de sensibilização ambiental sobre o tema”, comenta o biólogo do IFMT que coordena a atividade, Sérgio Gomes da Silva.
O projeto busca dialogar com as instituições e com a comunidade para mudar os números a partir da adoção de atitudes preventivas. E, nos casos em que a prevenção não for suficiente para evitar o acidente, criar condições para que a resposta ao acidente seja segura tanto para seres humanos quanto para a fauna da região.