quinta-feira, 25/abril/2024
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Projeto da justiça evita que jovens se envolvam com ilícitos em Mato Grosso

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Rudson Domingos Machado, 12, é motivo de orgulho para a família. Isso porque ele é vice-campeão brasileiro de tênis, em sua categoria, no maior torneio nacional voltado para o esporte. Mas nem sempre foi assim. A mãe dele, Cláudia Domingos Ribeiro, lembra que o filho era rebelde e seu desempenho escolar não era nada bom. “Foi então que o esporte apareceu e ele melhorou muito desde então. Não adianta ser bom no tênis e não ter estudo. O ideal é ter os dois”, afirma.

Esse é o objetivo do projeto Todos no Tênis, criado há cerca de três anos pelo juiz Carlos Augusto Ferrari, da Comarca de Alto Araguaia (415 km ao sul de Cuiabá). De lá para cá, mais de 200 meninos como Rudson foram beneficiados pela iniciativa. O público alvo são crianças e adolescentes entre 8 e 18 anos que se encontram em potencial situação de risco, cujos pais trabalham o dia todo, e que ficam com tempo ocioso após as aulas.
 
O magistrado, que também joga tênis, explica que a ideia surgiu como uma alternativa às transações penais e condições judiciais em suspensões condicionais de processos – benefícios legais possíveis em pequenos delitos. Antes, o praticante de um crime de menor potencial ofensivo tinha que entregar uma cesta básica ao Conselho Tutelar do município. “Isso não dava transparência e tinha muito pouca repercussão social, uma vez que as pessoas carentes já recebem benefícios do governo. Ao invés de doar os alimentos, o cidadão acusado pode doar materiais esportivos para o projeto, pois é mais interessante trabalhar com a educação dos adolescentes”.
 
Nesse sentido, para participar das aulas, que ocorrem três vezes por semana, crianças e adolescentes devem ter bom desempenho, presença e boas notas na escola para poder praticar o esporte. Vale ressaltar que os pequenos jogadores são acompanhados pelo juiz e pelo professor Carlos Henrique Rezende Carvalho, o Rochinha.
 
Para ele, que realiza o trabalho desde a época em que estava na faculdade de Educação Física, a maior importância da iniciativa é proporcionar aos pais que cheguem em casa e vejam seus filhos no caminho correto, longe das drogas e criminalidade que afetam tantos menores no mundo. “Tivemos alunos que superaram problemas com as drogas. Então, é um sonho que está sendo realizado, mas eu não esperava que eles conseguissem chegar onde estão chegando e se destacando dessa forma”, diz, orgulhoso.

Carlos Ferrari garante que está satisfeito com os resultados do projeto. “Percebo grande aceitação por parte da população, uma vez que há demanda por mais quadras de tênis e mais vagas. As mães relatam a melhora no comportamento dos alunos em casa e na escola. Faz diferença sim na vida de todos. Inclusive, mães de menores, mesmo em audiência, pedem a inclusão dos filhos no projeto”, relata.
 
De acordo com o juiz, menores em conflito com a lei são encaminhados para as aulas de tênis até mesmo para evitar que voltem a cometer alguma infração. “O projeto é essencialmente preventivo e tem nuance corretivo. Não queremos que essas crianças fiquem sem atividade para que não estejam à mercê dos riscos sociais”, ressalta.
 

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