quinta-feira, 28/março/2024
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Instituto gaúcho usa técnica de designer sinopense para tentar solucionar caso de repercussão nacional

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O Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre (RS) vai utilizar uma técnica desenvolvida pela equipe do designer sinopense, Cícero Moraes, para tentar solucionar a morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, assassinado em abril do ano passado. O inquérito foi reaberto este ano, por determinação da justiça, após indícios de que Odilaine pode ter sido assassinada e não se suicidado, conforme concluíram as investigações em 2010, ano que ela morreu.

Agora, os peritos gaúchos querem saber a trajetória da bala que matou Odilaine. Para isso, reconstruirão o crânio da vítima em 3D a partir de imagens obtidas com a exumação do corpo. Com a trajetória do projétil definida, os peritos poderão afirmar se ela foi assassinada ou tirou a própria vida.

A técnica será usada pela primeira vez em uma investigação criminal no Brasil. Cícero explicou, ao Só Notícias, que os peritos tiveram contato com a tecnologia a partir de uma palestra sua, em Porto Alegre. “A partir de então, eles estudaram e conseguiram replicar a técnica, que foi a mesma utilizada para reconstruir o crânio de Santo Antônio. Boa parte do material de apoio utilizado foi disponibilizado pela equipe e será base para um livro sobre o assunto”.

Segundo Cícero, a aposta do IGP pode incentivar outros institutos de criminalística a aprofundarem a técnica. “Não posso falar muito sobre o caso da Odilaine. Porém, acredito que vai ajudar bastante, não só Porto Alegre, mas outras perícias. Inclusive, esperamos que isso aconteça e, por este motivo, compartilhamos nosso conhecimento”, destacou.

Um dos primeiros softwares da técnica foi criado pelo italiano Luca Bezzi e pelo francês Pierre Moulon. A ideia de recriar digitalmente os rostos a partir de fotografias surgiu com a Arc-team e a Equipe Brasileira de Antropologia Forense e Odontologia Legal (Ebrafol). A técnica foi utilizada pela primeira vez por Cícero e pelo especialista em Odontologia Legal, Paulo Miamoto, para recriar o rosto do Santo Antônio. Desde então, a equipe já deu “luz” ao rosto da Santa Maria Madalena, alguns santos peruanos e reconstruiu também os bicos de dois tucanos, entre outros trabalhos.

O caso
Odilaine foi encontrada morta em fevereiro de 2010 e, na época, a polícia concluiu que ela havia cometido suícidio. Após a morte do neto, Bernardo Boldrini, chocar o país em abril do ano passado, a mãe de Odilaine, Jussara Uglione, decidiu pedir reabertura do inquérito. Os parentes também contrataram perícias particulares que trouxeram novos elementos ao caso, inclusive, apontando que a carta suicida pode não ter sido escrita pela vítima.

O filho de Odilaine, Bernardo, foi visto pela última vez em companhia da madrasta, Graciele Ugulini, e da assistente social Edelvânia Wirganovicz. Presa, a assistente social confirmou que Graciele matou o menino com uma injeção letal de medicamentos e disse que ajudou a amiga a enterrar o corpo, em um parque, no município de Frederico Westphalen. As duas teriam também jogado soda cáustica sobre o cadáver. O Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul apontou que Leandro Boldrini, pai de Bernardo, foi o mentor do assassinato, tendo, ainda, ajudado a comprar os medicamentos e, posteriormente, auxiliado na ocultação do corpo do filho.

Leandro e Graciele foram acusados de homicídio quadruplamente qualificado, Edelvânia de homicídio triplamente qualificado e Evandro, irmão da assistente social, de homicídio duplamente qualificado. Todos respondem também por ocultação de cadáver e Leandro ainda por falsidade ideológica, uma vez que teria comunicado o desaparecimento do menino, mesmo sabendo que esta já estava morto. 

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