Relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáticos (Cenipa) apontou perda de controle, no acidente envolvendo de um avião AT-402 na decolagem do aeródromo de Tangará da Serra. A motivação no entanto não é destacada. Ele acabou saindo da pista, atingiu uma cerca, saiu do solo momentaneamente passando a 1,20m sobre uma estrada de terra, outra cerca e depois um barranco, caindo novamente. O piloto não se feriu. O acidente foi em 9 de julho de 2013 mas a conclusão só foi divulgada agora.
O documento aponta que, durante a corrida de decolagem, a aeronave apresentou um momento de guinada significativo à direita, desviando a trajetória para a lateral direita da pista. Consta ainda que as condições eram favoráveis ao voo visual, sem restrições de teto ou visibilidade. Contudo, é destacado que presença de formações de nuvens cúmulos-nimbos nas vizinhanças do aeródromo. “Não havia informação precisa de direção e intensidade do vento. A biruta do aeródromo indicava uma componente de vento de cauda, oriunda do setor direito da aeronave, aparentando uma intensidade inferior a 10kt”.
Na data da ocorrência, consta que aeródromo de Tangará era de uso público, homologado e registrado, possuía uma única pista com cabeceiras 18 e 36, com extensão de 1.500m por 30m de largura, piso de asfalto, a 1.460ft de altitude. “O piso estava em condições regulares, sem desníveis acentuados para as laterais. A área de escape, na lateral esquerda da pista, não possuía obstáculos e o piso era de terra fofa (não compactada)”, é frisado.
O relatório também mostra que a documentação do piloto e da aeronave estavam regulares. No dia do acidente, ele havia operado em Nova Olímpia, em uma fazenda, efetuando a aplicação de defensivos agrícolas, no início do dia, por aproximadamente três horas. Após a conclusão do serviço de pulverização, a aeronave foi transladada, onde o hopper foi abastecido com 1.200 litros de água. A finalidade era a realização de um voo de teste em uma nova área de aplicação.
O Cenipa lembrou que “não é foco do mesmo quantificar o grau de contribuição dos fatores contribuintes, incluindo as variáveis que condicionaram o desempenho humano sejam elas individuais, psicossosiais ou organizacionais que interagiram propiciando o cenário favorável ao acidente”.