quarta-feira, 24/abril/2024
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Joio e Trigo

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O governo anterior terminou com cinco ministros citados na lava-jato, e eles foram até o fim, mantidos pela Presidente que, aliás ainda nomeou Lula para o  ministério, pela simples razão de que ele é investigado na Lava-jato. Agora tirar ministro envolvido foi rápido – e conveniente para o presidente em exercício, que precisa de credibilidade mas estaria prolongando o desgaste com a presença no governo de Romero Jucá, já citado na Lava-Jato, antes da armadilha do delator Sérgio Machado. Durante dez anos Sérgio Machado navegou nas águas da Transpetro, como presidente da subsidiária da Petrobras que trata de transporte de petróleo e combustíveis.

 O ministro Jucá, que durou doze dias no governo, não chegou a durar doze horas depois que a Folha de S.Paulo publicou a conversa gravada em segredo, de Jucá  com Sérgio Machado. Jucá passou a segunda-feira se explicando, mas no fim da tarde se rendeu aos fatos, descobriu que lidar com Machado traz o risco de ter a cabeça decepada. O presidente em exercício ainda lhe deu tempo para tentar se explicar, mas Jucá não conseguiu sobrepor sua versão fantasiosa à evidência do que foi gravado. Mordeu a isca do delator assustado e na gravação manifestou sua intenção de bloquear a Lava-Jato, para que ficasse como estava em março, isto é, tendo pegado o PT, já bastaria. Falou em influenciar o Supremo, reclamou que o Ministro Teori Zavaski é muito fechado, falou em usar Temer para um pacto anti-investigação que pudesse proteger Lula. Isso foi há dois meses.

Temer sofre arranhões com esse episódio, que nos leva a associar a tentativa dele de fazer Ministro da Justiça um advogado radicalmente contra a Lava-Jato. Além disso, assumiu interinamente o Ministério do Planejamento uma pessoa já citada na Operação Zelotes. Aí a gente pensa se Temer não conseguiria ter feito um ministério com gente acima de qualquer suspeita, fichas limpas puro-sangue. Será tão difícil assim encontrar trigo no meio do joio? O principal trunfo de Temer para estimular o crescimento, recuperar o emprego e ter apoio popular e no Congresso, chama-se credibilidade. E credibilidade se consegue apoiando a lava-jato. Porque as pesquisas de opinião mostram que a lava-jato é bem-vinda, é apoiada pela população.  E que o Brasil precisa de um bom lava-jato para tirar a sujeira acumulada e cultivada por tantos anos.

A lava-jato demonstrou que se instalara no Brasil um sistema político em que o estado era posto a serviço de um partido – ou partidos – e não a serviço da Nação. Bem típico do regime soviético, em que o estado estava a serviço do partido e não do povo. Como engodo, a propaganda inventava a ficção de que era governo pelo povo e para o povo. A versão por aqui era “ Brasil de Todos”. Agora vamos ver se dá certo botar ordem para ter progresso.

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