Como todos os profetas religiosos que anunciaram o fim dos tempos falharam, o mundo agora parece julgar mais digno de crédito o calendário Maia, que supostamente termina no que seria 21 de dezembro de 2012, pela contagem romana que adotamos. Já andei algumas vezes pela península de Iucatã, o território maia. A grande pirâmide de Chitchen-itzá já desci correndo e com uma imensa bolsa do tempo em que levávamos duas câmeras fotográficas e algumas teleobjetivas. Hoje é proibido subir, porque muita gente já morreu, rolando lá de cima. Já rondei muito a colunata dos mil guerrreiros em que os maias faziam cálculos e no caracol, o observatório astronômico. Sem dúvida eles foram avançados na astronomia. Mas nada encontrei que indicasse que tivessem o dom sobrenatural de prever o futuro e muito menos o fim do mundo.
O mundo vai acabar, sim, quando a nossa estrela-guia, o sol, se apagar. Quando acabar o combustível que queima no sol. Aí, os profetas do aquecimento global vão finalmente ser desmascarados, porque vamos desaparecer congelados. Aliás, por falar nesses profetas que odeiam o carbono, não custa lembrar que só há vida, nas árvores ou nos animais, se houver carbono. Tudo que é orgânico tem carbono. Mas vai demorar para que o sol se consuma. Ele já queima há 5 bilhões de anos e os cientistas acreditam que ele tenha combustível para mais 5 bilhões de anos.
Tem gente que acredita na influência dos astros. Pois o autor do horóscopo diário do Correio Braziliense, Oscar Quiroga, no último dia do ano, foi além da astrologia e escreveu com extremo realismo. Vale a pena ler: "É propício celebrar o fim de 2011, pois nunca antes na história deste mundo houve tanta insanidade manifesta. É propício celebrar também o advento de 2012, pois mesmo que o mundo não acabe, como anunciado, pensar no fim torna as atitudes mais verdadeiras. É como pensar na própria morte, se soubéssemos lidar com ela de forma mais sábia, certamente aproveitaríamos nosso tempo com mais intensidade."
E aí vem esta constatação: "Há, no entanto, motivo de sobra para agir com cautela neste réveillon. Nossa humanidade não anda bem da cabeça nem tampouco consegue ter contato com o coração, o que traz como resultado manifestações despudoradas de brutalidade egoísta. É assim que o que poderia ser mera congregação de humanos se transforma facilmente em hordas de vândalos à solta." De alguma forma, embarcamos numa onda de incivilidade e estamos nos brutalizando, nos alienando, destruindo nosso mundo, que é aquele que tem por fronteiras a nossa pele.